Em abril de 2009, durante operação da PM no morro da Coroa, Zona Norte do Rio de Janeiro, o eletricista Josenildo Estanislau dos Santos, de 42 anos, foi julgado e executado por policiais juntamente com outras cinco pessoas. 3s4sq
Um ano após denunciar assassinato do irmão,
o táxi de Josilmar é atingido por tiro de fuzil
— Moradores viram quando ele implorou para não morrer. Mandaram ele sentar e atiraram. Isso só porque ele estava descendo a rua e viu os policiais matando as outras pessoas — disse na ocasião o seu irmão, Josilmar Macário dos Santos, de 46 anos, que depois do crime, junto com outros familiares de Josenildo, começou uma incansável luta por justiça para os PMs que executaram barbaramente o seu irmão. 4235r
Pouco mais de um ano depois, no dia 7 de maio último, Josilmar dirigia seu taxi nas proximidades do morro da Coroa, quando o carro foi atingido por um tiro de fuzil. O taxista e sua família há tempos já vinham sendo ameaçados por policiais devido a luta que travavam na justiça contra os assassinos de Josenildo.
Josinaldo foi morto durante operação da PM no morro da Coroa
Com a ajuda da Rede de Movimentos e Comunidades contra a Violência e de outras organizações democráticas, Josilmar foi incluído no Programa Nacional de Defesa dos Defensores de Direitos Humanos, o que mesmo assim, demorou mais de 20 dias para acontecer. No entanto, quase três meses após o atentado, a vulnerabilidade do taxista não foi alterada e, até agora, ele não recebeu nenhum tipo de proteção, tendo que evitar o trabalho por medo de um novo atentado.
Desde o início das ameaças, três dos nove irmãos de Josilmar se mudaram do morro. O taxista, que se manteve firme na luta por justiça para os PMs que assam seu irmão, precisa tomar remédios para conseguir dormir.
Familiares do trabalhador executado protestam às porta do 1º Batalhão da PM
— Assim quem vai estar preso serei eu, não os policiais que cometeram o crime. É uma inversão de valores — protesta Josilmar.
No final do ano ado, AND denunciou as ameaças e intimidações de PMs do 9° batalhão contra militantes de movimentos populares que vivem na favela de Acari, subúrbio do Rio de Janeiro. Na ocasião, a casa de José Luís Faria da Silva, pai de Maicon (morto por policiais aos dois anos, em 1996) foi invadida e revirada por PMs. Até hoje, José Luís e outro militante, Vanderlei da Cunha (Deley de Acari) seguem sofrendo ameaças de policiais por tentarem proteger os moradores do sadismo da polícia assassina de Sérgio Cabral.