América Latina é sacudida pela decomposição do imperialismo 3k322n

A América Latina continua a desenvolver-se como um barril de pólvora, com os novos episódios das crises econômica e política no subcontinente.
Candidato à presidência no Equador, Fernando Villavicêncio foi assassinado a tiros em atentado reivindicado pelo narcotráfico. Foto_ STR_EFE

América Latina é sacudida pela decomposição do imperialismo 3k322n

A América Latina continua a desenvolver-se como um barril de pólvora, com os novos episódios das crises econômica e política no subcontinente.

A América Latina continua a desenvolver-se como um barril de pólvora, com os novos episódios das crises econômica e política no subcontinente. 2c3e6e

Os confiscos a supermercados na Argentina ocorreram, em agosto, em meio à crise que já lançou 40% da população na pobreza e cerca de 20% na fome. A inflação explode em 110%. A consequência direta é a desmoralização do regime político com o crescimento do boicote eleitoral, que ficou 6 pontos percentuais à frente do líder nas prévias, o candidato de extrema-direita Javier Milei. Já no Chile, o presidente Gabriel Boric, da falsa esquerda oportunista, cultiva derrotas. Ele, desde 2019, desmobilizou as rebeliões populares no país e canalizou-as para a via eleitoreira da “nova constituinte”. Agora, assiste à extrema-direita e à direita tradicional aprovarem uma nova constituição que reproduzirá a mesma essência da “constituição pinochetista”. 

No Equador, em plena farsa eleitoral, a morte do candidato à presidência Fernando Villavicencio em um atentado político revela, ademais, o nível de distúrbios institucionais e de que a política – mesmo entre os reacionários – está se realizando através da violência. A desmoralização da velha democracia é, no entanto, fato inquestionável. O número de votos nulos e abstenções superou todos os outros candidatos no primeiro turno, em agosto.

Também na Colômbia é possível assistir ao fracasso da velha democracia presidida por um oportunista. Gustavo Petro tem tido dificuldades para governar. Somente neste ano, dez ministros já foram demitidos, além de um embaixador e uma chefe de gabinete. No campo colombiano, os camponeses e indígenas são vítimas de uma repressão brutal comandada pela falsa esquerda. O projeto demagógico chamado “paz total” – que busca desarmar os camponeses organizados em guerrilhas pelo país – sofre derrotas ao tempo em que Petro se alia completamente aos grandes latifundiários.

Tudo isto expressa o grau de crise do sistema imperialista, em particular na América Latina. Segundo pesquisa do Latinobarômetro (centro de pesquisa sediado no Chile), a insatisfação com o regime político (democracia burguesa) atinge 69% da população da América Latina, enquanto que o repúdio a golpes militares e a regimes militares representa 61%. A base é a própria degradação das condições de sobrevivência: a fome aumentou em 13,2 milhões de pessoas, atingindo em 2021 um total de 56,5 milhões, segundo o relatório “Panorama Regional da Segurança Alimentar e Nutricional na América Latina”, produzido pela Organização das Nações Unidas (ONU) para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e divulgado no início do ano. Mais de 131 milhões de pessoas não conseguem arcar com os custos de uma alimentação saudável.

O oportunismo, através da falsa esquerda eleitoreira, busca mitigar a fúria popular com medidas cosméticas, prometendo “mundos e fundos” e não entregando nada. Ao fim, fracassam, pois a crise do imperialismo é de decomposição. O fracasso do oportunismo conduz a dar fôlego à direita e, sobretudo, à extrema-direita, com tendências a golpes militares. 

Toda a América Latina está se convertendo no principal elo débil da cadeia de dominação imperialista.

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
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