Dados apurados pelo portal Repórter Brasil informam que, durante o ano de 2024, 228 comunidades em 35 municípios do estado do Maranhão registraram contaminação por pesticidas, sendo a quase totalidade desses casos (94%) constituída por ataques de drones. 3b2t1a
O despejo aéreo de agrotóxicos pelo latifúndio não é novidade. Em 2021, no município de Buriti, moradores do povoado Araçá relataram que sofreram com “banhos” de pesticidas jogados por aviões, sendo vítimas inclusive crianças. O episódio ocorreu patrocinado pela gestão do governador da época, Flávio Dino, atual ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), além de outros casos de envenenamento que aram incólumes.
O governador Carlos Brandão (PSB), sucessor de Flávio Dino, se mantém na mesma linha. Durante evento com grandes latifundiários no município de Açailândia – polo da soja no estado – , declarou “aos produtores rurais de outros estados que, aqui no Maranhão, eles têm como plantar e colher com apoio do Governo do estado”.
Relatos de trabalhadores da mesma região e de outros municípios são assertivos quanto ao sentido dos ataques de drones: seu objetivo é colocar a perder a produção e matar os animais, tudo isso para forçar os moradores a deixar a terra.
Uma vez que expulsos aqueles que na terra vivem e trabalham, e arrasando os recursos naturais que esta comporta, e qualquer chance de produção ou subsistência naquele lugar, o latifúndio, com anuência e apoio do governo do estado, pode enfim abarcar as terras.