Nos dias 29 e 30 de maio, moradores de Presidente Médici e membros da comunidade indígena Kayapó bloquearam a BR-316 com pneus em chamas contra o fechamento do Hospital da Criança no município. O governo do estado pretende fechar o hospital para colocar, no lugar, uma policlínica. Em reunião da comunidade, os moradores rechaçaram a precarização da Saúde e exigiram que a nova unidade de saúde fosse instalada sem a retirada do hospital infantil: “Então quer dizer que o serviço é dado com uma mão e tirado com outra? Nós queremos o hospital da criança funcionando!”, exigiu um dos moradores.  4i475f

O protesto foi iniciado pelos moradores do município e logo angariou apoio de indígenas da comunidade Kayapó, que se juntaram à manifestação. Viaturas das Unidades de Ordem Pública (UOPs) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF) foram enviadas na tentativa de reprimir os moradores, mas a mobilização se manteve até o final. 

Na reunião comunitária, os moradores denunciaram o governador Carlos Orleans Brandão Junior (PSB) e denunciaram que “não é um descaso só com nós, é com a região toda”. O Hospital da Criança em Presidente Médici atende pelo menos outros 17 municípios da região. Os moradores relatam que há outro hospital montado, com centro cirúrgico, e que falta apenas um gerador para poder funcionar, mas o equipamento não é entregue pelo governo estadual.

Direito à saúde é negado ao povo 4kq6r

Apenas no ano de 2023 uma série de mobilizações ocorreram no estado do Maranhão exigindo o à saúde gratuita e de qualidade. No mês de maio, médicos que prestam serviço ao estado no Hospital do Servidor, na capital, iniciaram uma greve parcial, denunciando que não recebem seus salários desde dezembro de 2022. No mesmo mês, pacientes e funcionários do hospital Socorrão II, no bairro Cidade Operária de São Luís, protestaram contra a má qualidade e a demora da comida servida no local. Um mês antes, médicos ortopedistas da rede estadual de saúde entraram em greve pois se encontravam com salários atrasados há quatro meses.