MA: Descoberta de sítio arqueológico no lança luz sobre a Antiguidade Brasileira 13n1q

O Comitê de Apoio ao AND - São Luis (MA) entrevistou o arqueólogo Marcos Tadeu Nascimento, envolvido nos estudos do sítio Arqueológico Chácara Rosane
Mais de 100 mil artefatos e cerca de 43 esqueletos foram encontrados no sítio arqueológico Chácara Rosane. Foto: Reprodução

MA: Descoberta de sítio arqueológico no lança luz sobre a Antiguidade Brasileira 13n1q

O Comitê de Apoio ao AND - São Luis (MA) entrevistou o arqueólogo Marcos Tadeu Nascimento, envolvido nos estudos do sítio Arqueológico Chácara Rosane

Mais de 100 mil artefatos e cerca de 43 esqueletos foram encontrados no sítio arqueológico Chácara Rosane, durante o início de uma obra da construtora MRV Engenharia, em São Luís do Maranhão. As descobertas apontam que os seres humanos chegaram ao Brasil pelo menos 1.400 anos antes do que se pensava, o que lança luz sobre os estudos dos povos sambaquieiros – o que pode reescrever a História Indígena do Maranhão e do Brasil. Trata-se de um cemitério indígena que pode datar de pelo menos 8 mil anos, com a presença de cerâmicas, ferramentas de pedra, carvão e conchas decoradas – “em nenhum lugar da Amazônia foi encontrado uma necrópole tão preservada e com tantas informações”, afirmou o arqueólogo entrevistado. 1r49a

O Comitê de Apoio ao AND – São Luís (MA) teve a oportunidade de entrevistar o arqueólogo e historiador Marcos Tadeu Nascimento, que está envolvido nos estudos desse sítio, para compreendermos melhor a importância dessa descoberta. Marcos Tadeu é doutorando do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) e atuante na área de Educação Patrimonial e Ensino da Antiguidade Indígena no Maranhão.

Ao ser questionado sobre a importância que possui o estudo dos artefatos encontrados na Chácara Rosane, Marcos diz que sítios arqueológicos de tal magnitude nos permitem imaginar revoluções agrícolas e culturais desconhecidas ou apagadas e, a partir do procedimento da etnogênese, compreender tais locais como espaços de experiência onde diversas sociedades se estruturaram e se organizaram a longo de milênios: “o que hoje é apresentado como grande novidade, a permacultura, a compostagem, sistemas de agrofloresta e por aí vai é o que o povo indígena e quilombola desenvolve há milênios, em verdadeiras cidades- florestas.”

O arqueólogo também enfatizou seu incômodo com a maneira como a descoberta está sendo veiculada na imprensa em torno da noção de ‘Pré-História’ que, segundo ele, é um termo criticável: “Estamos falando de povos produzindo cerâmica, domesticando plantas e frutos, elaborando florestas, cultivando roças… A importância da descoberta está justamente em criar um sentido histórico para esses achados”.

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