Luiz Inácio perde popularidade, eleitores e margem de manobra com o ‘centrão’ 67mi

A pesquisa DataFolha mostrou que o mandatário está com a pior aprovação em seus 10 anos como presidente, enquanto o Ipec (novo Ibope) mostrou que Luiz Inácio perdeu 1 a cada 3 eleitores.
Foto: Brenno Carvalho/O Globo

Luiz Inácio perde popularidade, eleitores e margem de manobra com o ‘centrão’ 67mi

A pesquisa DataFolha mostrou que o mandatário está com a pior aprovação em seus 10 anos como presidente, enquanto o Ipec (novo Ibope) mostrou que Luiz Inácio perdeu 1 a cada 3 eleitores.

O governo de Luiz Inácio (PT) teve uma série de má notícias entre ontem (14/2) e hoje (15/2). A pesquisa DataFolha mostrou que o mandatário está com a pior aprovação em seus 10 anos como presidente, enquanto o Ipec (novo Ibope) mostrou que Luiz Inácio perdeu 1 a cada 3 eleitores – 62% dos entrevistados acham que Luiz Inácio não deve se reeleger, um aumento de 5%; entre os que elegeram Luiz Inácio em 2022, a taxa é de 32% (um aumento de oito pontos percentuais.  57436h

A pesquisa DataFolha caiu como uma “bomba atômica” no governo, segundo integrantes da equipe de Luiz Inácio consultados por colunistas do monopólio de imprensa. Assim como no caso do Ipec, a DataFolha mostrou uma queda de apoio justamente em setores que apoiavam mais o governo: a aprovação caiu de 44% para 29% entre as pessoas que ganham até dois salários mínimos, de 53% para 38% entre os que tem escolaridade até o ensino fundamental e de 49% para 33% no Nordeste.

O tema foi tratado no programa A Propósito, do jornal A Nova Democracia, do dia 15/2. Nele, o Diretor-geral e Editor-chefe de AND, Victor Bellizia pontuou que “seria tolice tentar encontrar respostas para essa queda de popularidade comparando com o governo Bolsonaro, porque a queda em 11 pontos percentuais está em um segmento mais vinculado à defesa dos direitos democráticos que tinha votado em Luiz Inácio em 2022”. 

Bellizia também disse que a erosão salarial, a falta de entrega de terras através da reforma agrária, a não revogação da contrarreforma trabalhista e os cortes na Educação, no incentivo à cultura e no salário mínimo foram elementos que minaram o apoio ao governo.

A quantidade de cestas básicas compradas pelo salário mínimo está inferior à de 2020. A queda começou na pandemia, quando Jair Bolsonaro (PL) era presidente, e não foi revertida por Luiz Inácio. 

Nos dois anos de governo, Luiz Inácio fez vários cortes na Educação, na Saúde e em auxílios como o bolsa-família. O maior ataque ao salário mínimo foi quando o governo limitou o aumento do salário mínimo a 2,5%, em anos que o PIB crescer de acordo com as regras do arcabouço fiscal.

O governo não comprou nenhuma terra para a reforma agrária em 2023. Em 2024, o Ministério do Desenvolvimento Agrário disse ter assentado 71 mil famílias, mas o dado foi contestado até mesmo pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que é próximo ao governo, segundo uma reportagem do portal Repórter Brasil

‘Centrão’ eleva o preço da propina 4s3a5c

Imediatamente após o resultado da pesquisa, o “centrão”, cada vez mais próximo do bolsonarismo, deu sinais de que elevará o preço da propina cobrada para manter a mínima estabilidade do governo e encaminhar projetos estratégicos para Luiz Inácio. 

Um ponto central tem sido o da reforma ministerial. Os parlamentares miram as pastas de Rui Costa (Casa Civil), Márcio Macêdo (Secretaria-Geral) e Alexandre Padilha (Secretaria de Relações Institucionais), todos petistas. Uma possibilidade levantada pelos deputados, segundo o jornal monopolista Folha de São Paulo,  é colocar Padilha na pasta da Saúde, demitir Nísia Trindade e dar o Ministério de Padilha para Isnaldo Bulhões (MDB-AL), aliado de Hugo Motta (Republicanos-PB).

O próprio governo já avalia que a nova pesquisa vai elevar a pressão e o custo de uma reforma ministerial, segundo reportagem das jornalistas Catia Seabra e Victoria Azevedo, no mesmo jornal monopolista.

Não está descartada a hipótese de que Is ou pedidos de impeachment ganhem força no Congresso Nacional, movidos sobretudo pelo setor mais bolsonarista do Legislativo. 

Fora do parlamento, os galinhas verdes podem ver na queda de popularidade uma oportunidade de reviver o movimento de massas fascista que tomou as ruas em 2022. 

“Seria um grande erro dos democratas e revolucionários verem no apoio ao governo uma saída para o perigo reacionário que se apresenta agora. Este governo é parte do processo de pavimentação do perigo de reação extremista, fascista e golpista”, diz Bellizia, na edição do programa A Propósito

“É o fracasso da falsa esquerda, que confunde as massas, que as desorganiza. E mais: o fato do movimento popular cooptado pelo oportunismo chamar as massas para defender esse governo gera, acima de tudo, imobilismo nas massas populares – porque elas não vão sair nas ruas para defender um governo de direita como condição para que a direita não volte”, continua ele.

“Diante desse cenário, o caminho é mobilizar as massas populares para que elas, na mobilização, consigam perceber que os fascistas, os golpistas, são seus inimigos. E que a saída é construir um caminho independente para a conquista dos direitos econômicos e políticos”, conclui ele.

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
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