Iniciaram-se em 19 de abril, na Irlanda, as celebrações em memória ao Levante de Páscoa de 1916 e em honra aos heróis e heroínas que, ao longo de suas vidas, lutaram ativamente pela libertação irlandesa. 524123
Na cidade de Bray, condado de Wicklow, os ativistas e revolucionários marcharam levantando alto as bandeiras da Ação Anti-Imperialista da Irlanda (AAII), as bandeiras do Raiar do Sol e as bandeiras do Arado Estrelado – representando a luta contra o controle britânico sobre a Irlanda do Norte e o combate ao imperialismo inglês.
Os manifestantes marcharam até o túmulo de Seamus Costello, revolucionário irlandês, fundador do Partido Socialista Republicano Irlandês e do Exército de Libertação Nacional Irlandês nos anos de 1970 para lutar contra a ocupação britânica e pelo estabelecimento de uma República Socialista de 32 condados.
O Comitê Memorial de Seamus Costello recebeu a multidão no túmulo e fez um discurso exaltando os feitos e efeitos do Levante de Páscoa e seguiram com uma leitura da proclamação de 1916. Na publicação original enviada pela AAII consta que a nova geração de republicanos revolucionários convidou o presidente do comitê para fazer o discurso principal”.
“Seu legado como republicano socialista é imensurável, da campanha da fronteira, da organização das associações de moradores até a formação do PSRI (Partido Socialista Republicano Irlandês). Mas para um republicano de Wicklow como eu, ele nos ensina que a libertação nacional ocorre já na porta de casa, que os feitos dos heróis que já partiram estão fundamentados nas suas atividades locais e no desenvolvimento da linha das massas. Ele nos ensina que as escrituras do capitalismo e do imperialismo têm uma força frágil que não é párea para a rebeldia e para a força de vontade da tradição republicana que ele carregou e para a qual ele se sacrificou.”
Na capital Dublin, uma marcha com mais de 150 pessoas estremeceu as ruas no domingo de páscoa (20/05), intimidando a polícia que monitorava o ato. Um sinalizador foi aceso desafiadoramente em homenagem a todos que deram suas vidas pela libertação irlandesa, deixando claro que os revolucionários seguirão lutando no caminho da República de 1916 sem abrir mão de qualquer meio necessário, pela libertação nacional e o socialismo.
Os ativistas ergueram amplas homenagem ao revolucionário marxista James Connolly, fundador do Partido Socialista Republicano Irlandês e do Exército Cidadão Irlandês, formado em 1913 para proteger manifestantes e sindicalistas dos abusos policiais.
Connolly, comandante das Forças de Libertação em Dublin, se aproveitou da relativa dispersão e enfraquecimento das tropas britânicas na Irlanda com a Primeira Guerra Mundial e dirigiu o Exército Cidadão Irlandês, em conjunto com outras forças anti-imperialistas, para destituir o poder colonial. O levante foi brutalmente reprimido em maio de 1916, mas a luta armada pela libertação irlandesa se manteve erguida de forma ininterrupta.
Para Connolly “a sujeição de uma nação a outra, como da Irlanda a autoridade da Coroa britânica, é uma barreira para o livre desenvolvimento político e econômico da nação submissa, e só pode servir aos interesses da classe exploradora de ambas as nações”.
Ativistas internacionais da Grã Bretanha, Noruega, Alemanha e Turquia acompanharam a eata demonstrando seu apoio incondicional a luta irlandesa. Também em Dublin, a bandeira da Liga Anti-Imperialista foi erguida.
Em declaração, a AAII colocou: “A luta pela Libertação Nacional continua sendo a luta mais urgente da classe trabalhadora irlandesa e a luta conjunta para expulsar a Grã-Bretanha e a OTAN da Irlanda é a prioridade atual dessa luta. A resistência contra a Grã-Bretanha e a OTAN deve ser construída por meio da Ação Direta Revolucionária em toda a Irlanda e por meio do desenvolvimento de uma campanha que possa unir todos os republicanos, anti-imperialistas e forças progressistas na luta contra a Grã-Bretanha e a OTAN e, por fim, no estabelecimento de uma Frente Ampla Anti-imperialista que progressivamente levará adiante a Revolução na Irlanda. Esse continua sendo o foco de nosso trabalho e pedimos a todos os republicanos genuínos que façam sua parte”.
Nos últimos meses os revolucionários irlandeses iniciaram em uma campanha contra a ocupação britânica nos seis condados do Norte e contra a presença da OTAN no restante do território irlandês. Para a campanha, os revolucionários se sustentam na célebre frase de Seamus Costello: “Nenhuma tropa estrangeira sobre não importa qual bandeira, nunca deixará a Irlanda em paz”.