A inflação oficial no Brasil fechou o acúmulo anual em dezembro na taxa de 4,87%, acima da meta do governo de 3% com tolerância de 1,5% (ou seja, no máximo 4,5%). O valor também é o maior acumulado desde setembro de 2023. 126h59
Em novembro, a inflação subiu arrastada por itens essenciais para o povo, como alimentos. As carnes aumentaram 8,02%, principalmente por conta das exportações. Como o governo brasileiro não distribui as terras do latifúndio e nem força os latifundiários pecuaristas reservarem uma parte significativa da carne para o mercado interno, os grandes fazendeiros ficam livres para vender a carne no exterior para lucrar mais, às custas do povo brasileiro.
Entre 2023 e 2024, a cesta básica aumentou em todas as cidades do Brasil, com destaque para Campo Grande (MS) (14,47%), Goiânia (GO) (12,19%), Brasília (11,19%) e São Paulo (SP) (10,56%).
Energia sucateada e submissa 2vk55
A inflação anual também foi puxada pela energia elétrica. A energia puxou a inflação para cima vários momentos do ano, o mais recente deles em novembro, quando a eletricidade teve alta de 4,74%. A razão do aumento é a precariedade do sistema energético nacional e submissão do sistema ao imperialismo.
Até hoje, o Brasil tem municípios que estão fora do sistema Interligado Nacional. Muitos desses territórios precisam usar óleo diesel para gerar energia, com preço subsidiado e compartilhado na conta nacional – algo que, por mais que justo, tem sua base na precarização da energia nacional.
A privatização de empresas é outro elemento que fortalece a inflação energética. Caso emblemático é o da Enel, empresa estatal italiana que controla a energia de estados brasileiros como São Paulo e Ceará. A empresa é controlada pelo fascista Giancarlo Giorgetti, ministro da Economia do governo da fascista Giorgia Meloni. Assim que Giorgetti assumiu, ele deu a ordem para as empresas estatais italianas produzirem mais lucros e enviá-los à Itália.
Por fim, as tarifas energéticas no Brasil são atreladas ao Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), uma tarifa criada por Fernando Henrique Cardoso e nunca desmontada. O índice é atrelado às variações de câmbio estrangeiras e usado para calcular a inflação de determinados produtos nacionais, como a energia. Acontece que, quando o IGP-M sobe, a energia acompanha. Quando o IGP-M cai, o mesmo não acontece com a energia. Por exemplo, o IGP-M caiu 3,32% em 2023, mas a energia subiu cerca de 8,96% no mesmo período.
Que fará o governo? a2969
Os índices são ruins para o governo de falsa esquerda de Luiz Inácio (PT), que está com a popularidade em baixa muito por conta da falta de melhoria nas condições de vida do povo.
Ao que tudo indica, o governo não vai conseguir reverter a taxa de piora nas condições de vida do povo em 2025.
Até agora, o Banco Central (que tem a presidência parcialmente controlada pelo governo através do Conselho Monetário Nacional) só insistiu em aumentar a taxa de juros, uma tática fracassada para conter a alta dos preços.
A reforma tributária do governo é incapaz de conter a alta dos preços de forma significativa. O governo também manteve intocado o sistema agrário latifundista nacional (razão da alta dos preços do alimento, pela produção em massa de commodities exportadas para o mercado estrangeiro nas terras nacionais) e nem forçou os latifundiários a abastecerem o mercado interno com produtos que o povo consome.
O salário mínimo foi outro ponto de desgraça. Além de não ter perseguido uma medida de valorização do salário, o governo ainda limitou o aumento do salário acima de inflação através do pacote fiscal (mesmo o salário sendo muito abaixo do mínimo para a sobrevivência de acordo com cálculos do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).