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Manifestantes queimam um boneco de Narendra Modi (primeiro ministro indiano) e do ministro-chefe de Delhi, Arvind Kejriwal, no dia 3 de agosto.
Centenas de pessoas protestaram na capital indiana, Delhi, no dia 4 de agosto, pelo quarto dia consecutivo. A indignação popular continua a aumentar diante do estupro e assassinato de uma menina de nove anos de uma das castas mais oprimidas da Índia, os Dalit.
Os manifestantes marchavam segurando cartazes exigindo punição aos culpados pelo crime e rechaçando o governo fascista de Narendra Modi. “Queremos justiça”, gritavam eles, com cartazes que diziam: “Justiça para a filha da Índia”.
Bonecos representando o primeiro-ministro Modi foram incendiadas durante os protestos.
Entendendo o caso
A menina de nove anos havia ido buscar água em um crematório de Delhi, na noite do dia 01/08, de acordo com seus pais. Depois que a menina não voltou por meia hora, o padre do crematório, Radhey Shyam, de 55 anos, ligou chamando a mãe e em seguida mostrou a ela o corpo de sua filha falecida.
De acordo com os pais, o padre do crematório e outros três homens os coagiram a aceitar a cremação do corpo da menina, que se encontrava machucado, com os lábios da criança roxos e as roupas molhadas.
Logo após os pais voltarem para casa, cerca de 200 moradores se reuniram rapidamente para protestar contra o crime.
A violência contra mulheres Dalits
Na hierarquia baseada em castas da Índia, os dalits são aqueles pertencentes a castas mais oprimidas e são conhecidos como os “intocáveis”. Eles sofrem discriminação severa e muitas vezes são vítimas de violência sexual e agressão.
Existem 200 milhões de dalits na Índia, de uma população de 1,3 bilhão, de acordo com o censo mais recente.
De acordo com um relatório de 2018 do Escritório Nacional de Dados sobre Crimes indiano, 42.793 casos de crimes contra dalits ocorreram naquele ano – em outras palavras, um dalit foi alvo de crimes a cada 15 minutos na Índia.