Informações reveladas nesta semana por veículos do monopólio de imprensa divulgaram que 38 militares apontados como envolvidos no caso do roubo de 21 metralhadoras do Exército reacionário que estavam no Arsenal de Guerra de Barueri, em São Paulo, foram “punidos”. Na realidade, a dita punição que recaiu sobre 38 militares se restringiu a prendê-los pelo período de um a 20 dias de detenção dentro dos quartéis. 6l4r2r
Sobre isso, a cínica declaração dada pelo Exército reacionário ao monopólio de imprensa para tentar justificar a tão branda punição afirmou que “os militares punidos disciplinarmente não tem envolvimento direto com o furto. Na verdade cometeram falhas nos procedimentos de controle que contribuíram para a ocorrência do furto”. Nada foi falado, no entanto, sobre as medidas adotadas para os militares considerados “diretamente envolvidos” no furto.
A verdade é que o Exército reacionário não tem respostas para dar para o caso tão absurdo entre as suas fileiras, ou evita deliberadamente dá-las. Segundo as informações divulgadas, seis militares são investigados pela suspeita de envolvimento direto no furto. A investigação, que corre há meses sob direção da Justiça Militar, teve o prazo de seu inquérito prorrogado até o dia 17 de janeiro sob a alegação de que existem muitas provas a serem analisadas, sinalizando uma estranha equação de um caso com tantas provas, mas nenhum culpado ou responsabilizado. A Justiça Militar aponta ainda para a possibilidade de uma nova prorrogação do prazo.
Armas roubadas foram negociadas com grupos paramilitares 6u31f
Das 21 metralhadoras roubadas do quartel do Exército reacionário, 8 delas foram encontradas e apreendidas em um carro na comunidade Gardênia Azul, zona oeste do Rio de Janeiro, em outubro de 2023, duas semanas após o furto. O carro que transportava o armamento estava sendo seguido e havia entrado em diversas outras favelas, como Nova Holanda e Complexo da Penha, antes de chegar na Gardênia Azul, locais controlados por grupos paramilitares e, em especial o último, também de extermínio.
Para completar o absurdo, a apreensão das armas se deu no contexto em que as próprias Forças Armadas reacionárias (Exército e Marinha) estavam mobilizadas no Rio de Janeiro para uma operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) justificada precisamente como “guerra ao crime” e também de megaoperações que o velho Estado movia contra as comunidades do Complexo de favelas da Maré, sob a alegação de combate ao tráfico de armas. A atuação das polícias ali foi, como sempre, promover terrorismo contra a população que reside nas comunidades, enquanto os que furtaram e negociaram as armas se encontram até agora em liberdade.
Lentidão ao punir militares é modus operandi 1f2455
A visível lentidão em identificar e punir seriamente os militares envolvidos em graves crimes dentro da caserna é uma marca da atuação da Justiça Militar.
O modus operandi se dá tanto para crimes como o caso do roubo e venda de armas, como dos graves crimes contra o povo, como foi o caso do assassinato de Evaldo Rosa, músico que teve o carro atingido por 80 tiros em 2019 no bairro de Guadalupe, no Rio de Janeiro, durante uma blitz do Exército reacionário. A punição para os assassinos só chegou em 2021, após uma dura luta travada pelos familiares de Evaldo e por ativistas para que ocorresse a punição. Durante todo esse tempo, os militares responderam em liberdade.