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O governo de Luiz Inácio pretende gastar mais de R$ 6 milhões de reais para garantir a festa da falsa independência no dia 7 de setembro, superando o valor despendido por Bolsonaro em 2019. A empresa escolhida para organizar o evento, M.M Faleiros Montagens e Eventos (mesma empresa que organizou o evento em 2019), receberá R$3,1 milhões. A estimativa do governo é que 30 mil pessoas compareçam ao evento em Brasília.
Nesta quarta-feira, 6 de setembro, Luiz Inácio fará um pronunciamento em rede racional de rádio e televisão em celebração ao 7 de setembro, segundo o ministro da Secretaria de Comunicação Social Paulo Pimenta, que também é o responsável pela organização do evento. O objetivo de Luiz Inácio é ressignificar a data e os símbolos “patrióticos” em um evento com tamanho dispêndio de dinheiro — que ao povo falta e faltará nos serviços mais básicos. A temática, pasmem, é “Democracia, Soberania e União”, no esforço de desvencilhar as Forças Armadas reacionárias e suas datas comemorativas das ações das hordas bolsonaristas que culminaram no 8 de janeiro.
Um efetivo de 17 mil homens será mobilizado pelo Exército para os desfiles nas sedes de oitos comandos da força, além de tanques de guerra e apresentações da Força Aérea. O general Ricardo Piai Carmona, comandante militar do Planalto, será o responsável por comandar a apresentação das tropas durante o desfile da Esplanada, para Luiz Inácio e seus ilustres convidados.
Uma força tarefa foi criada para conter quaisquer reprises do 8 de janeiro em Brasília durante o desfile em Brasília. Foi criado o Gabinete de Mobilização Institucional para monitoramento do evento. Ele será coordenado pela Secretaria de Segurança do GDF contará com representantes do Ministérios da Defesa, Justiça e do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), da ABIN, PF e PRF. Serão 2.500 policiais mobilizados. Seu objetivo é “promover a ordem pública e social, coordenar as atividades istrativas e acompanhar os eventos de 7 de Setembro”. A vice-governadora do DF, Celina Leão, ainda pediu autorização de Ricardo Cappelli para a convocação da Força Nacional de Segurança. O esquema de segurança para o 7 de setembro será maior que o da posse de Luiz Inácio.
A extrema-direita, na tentativa de boicotar o 7 de Setembro de Luiz Inácio, dá indícios de suas movimentações. Flávio Bolsonaro criou uma campanha de doação de sangue para que os autointitulados patriotas fizessem seu protesto no dia 6. Na última semana, segundo a coluna de Marcelo Godoy do Estadão, Flávio Dino enviou ao governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, um alerta que continha uma dezena de vídeos incitavam ações da extrema-direita no 7 de Setembro.
Um dos vídeos, inclusive, era do pastor Silas Malafaia, aliado de Bolsonaro. No vídeo, ele afirmava: “Sabe por que o ditador da toga, Alexandre de Moraes, comete todas essas injustiças? Porque temos meia dúzia de generais de quatro estrelas que são covardes e frouxos. É meia dúzia de general de quatro estrelas, que são frouxos, que podiam botar o pé na porta.”.
Diante desses fatos, fica evidente a tentativa de Luiz Inácio de apaziguar as contradições existentes entre seu governo e o ACFA. Em primeiro lugar, o que há para comemorar na falsa independência da nação, quando todos os governos serviram e servem aos amos imperialistas? E quem, mais do que ninguém, garantiu a dominação, a exploração e a repressão das massas populares seja em território nacional, seja em outros países, que as Forças Armadas, em particular o exército?
Não há razões para celebração no dia 7 de setembro. As Forças Armadas e seus símbolos, cortejados e “ressignificados” pelo governo de Luiz Inácio neste ano, não retiram destas o seu caráter anti-povo. As Forças Armadas são o verdadeiro ovo da serpente que gestam o golpismo no país. Há menos de um ano atrás, esse mesmo generalato que hoje se senta para negociar com o governo Lula estava instigando as ações da extrema-direita para chantagear o atual governo e mostrar quem é que manda. Seja sob governo Lula ou governo Bolsonaro, as Forças Armadas reacionárias seguem sendo quem são.
E verdade seja dita, por mais que Luiz Inácio e seu governo queiram deter o golpismo dos generais e da extrema-direita, não por motivos nobres, mas por acreditarem que seja melhor o atual sistema de exploração e opressão mascarado, independente disso a essência golpista das Forças Armadas reacionárias não será transformada com desfiles pomposos e benesses. Os únicos que fazem frente de fato com as Forças Armadas e a extrema-direita são as massas populares em luta em nosso país por uma verdadeira independência e nova democracia.