O que o império dos incas do Peru, com suas riquezas de ouro e prata, e famosas cidades de pedra como Cusco e Machu Picchu, tem a ver com o ado de Florianópolis? 6u3041
“Tudo. Tudo a ver, embora pareça inacreditável”, responde a jornalista Rosana Bond, da equipe de AND, que foi convidada pelo Museu da Cidade de Florianópolis a participar da agenda do aniversário de 350 anos de fundação da capital de SC, neste mês de março.
Rosana fará palestra/debate sobre o filme De Meiembipe a Chuquisaca: A Descoberta do Império Inca, detentor do Prêmio Catarinense de Cinema.
A exibição do documentário de curta-metragem, seguida de uma conversa com os espectadores, será em 22 de março, às 14 horas, no Museu, no centro da cidade. Parceria entre Prefeitura e SESC, o Museu fica na Praça XV de Novembro 214.
Naufrágios e tesouros 385p2d
Naquele mesmo dia o Museu estará realizando uma atividade lúdica, com crianças, sobre a invasão espanhola da Ilha de SC em 1777. Assim, em conexão com isso, o evento de Rosana terá o título de Antes da invasão, a Espanha na Ilha: naufrágios e tesouros. Ela é a autora do livro que inspirou o filme.
A obra é A Saga de Aleixo Garcia – O descobridor do império inca, que teve versão digital da Editora Aimberê/AND no ano ado, e versão impressa em 2004 pela Coedita/Aimberê/AND, hoje esgotada.
Um náufrago salvo pelos índios 1n4t2w
O premiado curta-metragem de 25 minutos, dirigido por Carolina Borges da Arrebol Produções, narra a fascinante aventura de um marujo, Aleixo Garcia, que naufragou na Ilha de S.Catarina e foi salvo pelos índios guaranis carijós.
Após alguns anos morando na ilha e também na área Massiambu/ Morro dos Cavalos (hoje Palhoça), Aleixo foi apresentado a peças de prata e ouro guardadas por aqueles índios e convidado por eles a viajar para longe, a um lugar frio e alto, onde tais peças eram abundantes.
Pelo Caminho do Peabiru 4x3a5w
Os guaranis disseram existir um caminho até lá.
Foi assim que (numa data entre 1522 e 1524) o aventureiro seguiu com os amigos carijós, pelo Caminho do Peabiru, até a cordilheira dos Andes, descobrindo o poderoso império inca vários anos antes dos espanhóis, tidos como os conquistadores pela história oficial.
“Portanto foi um ‘manezinho da Ilha’ por adoção, que realizou um dos maiores feitos da história das Américas: revelar ao mundo a existência da civilização incaica”, diz Rosana.
A farsa e o vereador 5a2b1l
Rosana lamenta que um vereador esteja fazendo propaganda enganosa sobre o percurso de Aleixo Garcia em território catarinense.
O vereador Henrique Deckmann, de ville, há vários meses vem divulgando, erradamente, que o trajeto de Aleixo, o Caminho do Peabiru em SC, se fazia por ville e Garuva (escadaria do Monte Crista).
“O objetivo dele é atrair o turismo para ville e Garuva. Mas isso é anti-ético e anti-histórico. Usar de farsas, distorcer as coisas, só prejudica os turistas desavisados, os jovens estudantes, etc”, diz Rosana. “Eu já ei a ele todos os dados corretos, mas não adiantou. Ele insiste nas inverdades”, lamentou ela.
O percurso verdadeiro 1a4265
“O Caminho verdadeiro era por outro lugar”, complementa.
A jornalista, que pesquisa o assunto há 28 anos, e é tida como uma das maiores especialistas brasileiras no tema, informa que Aleixo Garcia percorreu o Peabiru catarinense saindo da Ilha de SC ou do Massiambu rumo ao norte, pelo litoral. Chegando em Barra Velha ele subiu o Rio Itapocu (Tape Puku no idioma guarani,significando Caminho Comprido).
“Ele ou portanto por B. Velha,S. João do Itaperiu, Guaramirim, Jaraguá do Sul e Corupá. Existem cerca de 30 documentos manuscritos, dos anos 1500 e 1600, informando que o caminho dos índios (Peabiru) era pelo Itapocu. Tais escritos foram encontrados pelo pesquisador Fábio Krawulski Nunes, de Jaraguá, e estão registrados em cartório”, diz a jornalista.