O despejo e fechamento iminente do Centro de Referência em Diagnóstico Terapêutico (CRDT) de Goiânia, determinado pelo judiciário, estão deixando os pacientes que lá eram acompanhados preocupados. 5t5w3c
O fechamento se deu por conta de uma dívida de R$ 1,7 milhão de aluguéis atrasados, acumulados desde a gestão ada de Rogério Cruz (Republicanos), e mantidas pela prefeitura de Sandro Mabel (União Brasil).
O CRDT, especializado no tratamento de HIV/AIDS, doenças infecciosas e outras patologias crônicas, vinha realizando mais de 3 mil atendimentos mensais. Agora, os pacientes foram simplesmente abandonados, sem alternativa clara de continuidade de seus tratamentos.
Desde outubro de 2024, os telefones do CRDT estavam cortados por falta de pagamento. Pacientes aram a se deslocar até o centro para tentar informações básicas, como marcação de consultas e retirada de exames.
Maria, uma usuária do serviço, relatou que faz “acompanhamento de HIV aqui há 6 anos. Agora, ninguém sabe dizer onde serei atendida. É como se a gente não valesse nada.”
Outro trabalhador do setor da saúde, que pediu anonimato, declarou: “A maioria dos profissionais está com contratos precários ou como terceirizados. O abandono do prédio é só mais uma etapa do abandono da saúde pública.”
A situação do CRDT não é um caso isolado. É parte de uma política deliberada e sistemática de destruição do Sistema Único de Saúde (SUS), cuja universalidade e gratuidade sempre foram vistas com desconfiança e desprezo pela classe dominante e seus governos. O que está em curso é a privatização velada da saúde pública, promovida tanto por governos abertamente reacionários quanto por falsos “progressistas”.
Essa ofensiva contra a saúde do povo é consequência direta da crise geral do capitalismo burocrático no Brasil. O fechamento do CRDT escancara a falência das instituições de saúde e educação públicas para diminuir os “gastos” do Estado e, assim, atender mais aos interesses da oligarquia financeira.
O Jornal A Nova Democracia continuará acompanhando o caso do CRDT, bem como a mobilização de seus servidores e pacientes.