Personalidades de extrema-direita entraram em histeria com a notícia, propagada hoje pelo jornal monopolista Folha de São Paulo, de que duas bombas de panfletos com conteúdo comunista explodiram no Terminal de Pinheiros, em São Paulo, no dia de hoje, 12/03. 475l34
O ex-deputado estadual Douglas Garcia (União-SP), que se descreve como “anti-comunista” no seu perfil do Instagram, chamou a explosão da caixa de papelão de um “atentado” e de “terrorismo”. Mesmo com o baixo potencial explosivo do artefato itido pelo monopólio de imprensa e pesquisadores, ele fez questão de concluir que os comunistas são “gente que não presta” e que “estão dispostos a matar para defender a sua ideologia”.
“É por isso que eu digo, esse filme aí, ‘Ainda Estou Aqui’, tudo que a nas universidades no regime militar, é uma farsa”, continuou o olavista. “Era isso que eles faziam, matavam pessoas inocentes”, completou, apontando para uma notícia sobre a explosão de uma bomba no regime militar. “Não era todo mundo com essa cara de coitada que fica a Fernanda Torres interpretando a Eunice Paiva não. A realidade é essa daqui, essa é a cara deles”, completa o “galinha verde”.
Esse ex-deputado bolsonarista é o mesmo que, durante o governo Bolsonaro, expôs milhares de dados públicos de pessoas que se intitulavam “antifascistas”, razão porque é alvo de mais de 80 ações judiciais. No famoso “Dossiê Antifascista”, constam nomes, endereços, fotos e até o F de milhares de democratas e progressistas. Douglas Garcia, fervoroso seguidor de Olavo de Carvalho, pediu, ainda, que a justiça decretasse sua “autofalência”, alegando dever R$ 900 mil e sem ter condições de pagar. Durante as eleições de 2024, o bolsonarista apresentou à Justiça Eleitoral sete contas bancárias zeradas, sem haver declarado imóveis ou carros em seu nome, mesmo tendo sido deputado estadual pelo PSL, em 2018, com salários a cerca de R$ 25 mil. O “patriota” também tem dedicado seus melhores esforços para apelar por uma intervenção do governo norte-americano de Trump contra o País.
Outra bolsonarista que fez escândalo foi a blogueira Flavia Ferronato. Ela classificou o lançamento dos panfletos com bomba como um “atentado contra o Estado Democrático de Direito”. “Isso sim é terrorismo”, concluiu ela, na rede social X, comparando com a bolsonarada de 8 de janeiro de 2023. A plataforma de extrema-direita Brasil Paralelo deu ênfase à palavra “maoismo”, dizendo que essa é uma vertente do comunismo criada por “Mao Tsetung, que defendia a revolução camponesa”.
O que aconteceu? l5z46
Segundo o jornal monopolista Folha de São Paulo, os panfletos tinham palavras de ordens comunistas, como “Abaixo os generais golpistas!”, “Morte aos fascistas!”, “Viva o Maoismo!”, “Viva a Guerra Popular!” e “Viva a Revolução Democrática”, assinada como “Partido Comunista do Brasil – P.C.B.”. Outros veículos do monopólio de imprensa, como CNN Brasil, G1 e Jovem Pan também noticiaram. Ninguém ficou ferido. No antigo Twitter, o assunto é um dos 15 mais comentados no Brasil hoje.
PCdoB nega envolvimento 6fju
Procurado, o diretório estadual do PCdoB de São Paulo negou, em nota pública, qualquer envolvimento com a ação. Tentando se defender das críticas da extrema-direita, a agremiação também condenou a bomba de panfletos como “uma grave e irresponsável provocação” e sugeriu colaboração com a polícia: “tomaremos as medidas jurídicas cabíveis para apurar as responsabilidades”.
Apesar do baixo potencial explosivo relatado pela polícia, a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB) comparou a bomba de panfletos com as ações da extrema-direita, em uma conversa com o ICL Notícias. “Quando o Bolsonaro deu a entrevista sobre o 8 de Janeiro, ele disse que quem fez aquilo foi a esquerda. Eles estão tentando jogar todos os absurdos deles para o nosso colo”, disse, sugerindo se tratar de uma provocação da extrema-direita. Por sua vez, a pesquisadora Michele Prado descarta que seja provocação da extrema-direita e sustenta que foram ações de baixo potencial explosivo com objetivo de “disseminação ideológica”.