PR: Estudantes ocupam a Reitoria da UEM e conquistam melhorias para universidade 262n20

Estudantes ocuparam reitoria e forçaram gestão a compromisso de melhoria com comunidade acadêmica.
Estudantes realizaram uma manifestação contra o sucateamento da Universidade Estadual de Maringá. Foto: AND

PR: Estudantes ocupam a Reitoria da UEM e conquistam melhorias para universidade 262n20

Estudantes ocuparam reitoria e forçaram gestão a compromisso de melhoria com comunidade acadêmica.

Na tarde do dia 29 de abril, em consonância com o movimento grevista de professores e servidores públicos do Paraná por razão dos 10 anos da Batalha do Centro Cívico, através de um chamado do Diretório Central dos Estudantes da Universidade Estadual de Maringá (DCE-UEM), mais de uma centena de estudantes se concentraram em manifestação em frente ao prédio da reitoria, com faixas e cartazes, exigindo o fim das constantes quedas de energia na universidade, a diminuição das enormes filas do Restaurante Universitário (RU) e reformas imediatas para inúmeros problemas de infraestrutura. A equipe de correspondência local de AND em Maringá, que vem acompanhando desde o ano ado as mobilizações na universidade, foi convidada pelos estudantes para realizar a cobertura da manifestação e da reunião com a reitoria. p585u

As reivindicações dos estudantes e os antecedentes da ocupação 3u5f67

O movimento de ocupação que se concretizou na tarde do dia 29 de abril, veio como uma resposta direta e contundente, por parte dos estudantes da UEM, ao calamitoso estado em que se encontra a universidade, especialmente em termos de infraestrutura, e que não encontra solução efetiva por parte da reitoria, apesar de todas as promessas proferidas ao longo dos últimos anos e do amplo trabalho de marketing operado pela mesma, a fim de tentar vender uma bela imagem da “melhor universidade estadual do sul do país”.

A universidade, assim como qualquer outra instituição de educação pública do Brasil, sofre enormemente com diversos problemas que são de conhecimento notório e público da comunidade local, desde ventiladores que não funcionam à banheiros completamente interditados por ausência de condições sanitárias mínimas.

PR: Estudantes de Maringá tomam as ruas em manifestação contra a privatização do ensino público – A Nova Democracia
Na segunda-feira (03/06), centenas de estudantes tomaram as ruas da cidade de Maringá, em manifestação contra a privatização do ensino público paranaense. A manifestação se deu em dois atos distintos ao longo do dia. Os atos ocorreram pela manhã e pela noite, e envolveram milhares de estudantes e trabalhadores da educação da região.
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Por esta razão, desde 2022, que os estudantes da UEM, junto a professores e funcionários, vêm entrando em contendas com a atual gestão da reitoria em relação a infraestrutura da universidade, numa luta por condições básicas de funcionamento da mesma e por políticas que visem à permanência estudantil. Neste meio tempo, diversos acordos e promessas de melhorias foram firmados. Entretanto, especialmente a partir do último semestre de 2024 para cá, a indignação e frustração da comunidade acadêmica só têm crescido, diante do estado cada vez mais precário e calamitante em que se encontra a universidade.

Em 2024, aconteceram sucessivos casos de alagamentos de salas de aula, gerando a paralisação das aulas, e inclusive gerando temor na comunidade por possíveis riscos à segurança dos estudantes e professores, pois há relatos de blocos onde havia infiltração de água na própria rede elétrica. Além disso, já haviam desde antes, e foram se tornando ainda mais frequentes, problemas de quedas de energia que afetavam e por vezes impossibilitavam as aulas. Já neste ano, desde a primeira semana de aulas, as quedas de energia se tornaram um problema quase que cotidiano, gerando paralisação das aulas por diversas vezes e prejudicando enormemente o ensino, a pesquisa e a extensão na universidade.

Em um dos últimos episódios, após uma manutenção da rede elétrica, um transformador de energia, que já há tempos apresentava problemas de funcionamento, parou completamente de funcionar, causando um apagão completo que perdurou alguns dias. Diante da queda súbita de energia e do atraso de quase um dia da reitoria em comunicar o ocorrido, inúmeras pesquisas, principalmente as que envolvem material biológico, foram completamente perdidas. Um professor do Departamento de Ciências Biológicas relatou a situação alarmante que viveu no dia, onde, ao chegar ao seu laboratório no fim do dia, encontrou o chão alagado com sangue de animais mortos, que haviam sido descongelados.

Diante disso, foi realizada ainda no mês de abril uma reunião aberta da comunidade acadêmica com a reitoria, com a presença do Diretório Central dos Estudantes e do reitor Leandro Vanalli, no próprio bloco de Biologia, onde foram denunciados os danos sofridos e a necessidade de medidas urgentes para a solução dos problemas da rede elétrica. Onde a reitoria afirmou já estar encaminhando soluções aos problemas e tomando as medidas necessárias. Apesar da retórica, entretanto, as quedas de energia continuaram ocorrendo.

Junto a isto, somaram-se os problemas no RU, cujas filas, que já estavam grandes desde o ano ado, aram a ser realmente enormes, gerando situações onde os estudantes têm de perder aulas para poderem se alimentar, segundo inúmeros relatos de estudantes colhidos pelo AND durante a ocupação. Além disso, em decorrência do apagão supracitado, os estudantes chegaram a ficar por 3 dias consecutivos sem o ao Restaurante Universitário por conta da perda de vários alimentos que ficaram vários dias sem refrigeração.

Em resposta à frustração e indignação acumuladas de toda a comunidade acadêmica, especialmente do corpo estudantil, o Diretório Central dos Estudantes da UEM (DCE-UEM), convocou a manifestação no prédio da reitoria no último dia 29, onde os estudantes resolveram pela ocupação do mesmo.

A ocupação 5e4qw

Ao adentrar o prédio, os estudantes foram recebidos pela vice-reitora, Gisele Mendes de Carvalho, em virtude da ausência do reitor Leandro Vanalli, que encontrava-se em  mais uma das suas já muito conhecidas viagens à Curitiba, tentando estreitar ainda mais os laços com o governador reacionário Ratinho Jr.

Diante da incapacidade da reitoria em oferecer soluções concretas às reivindicações reclamadas, os estudantes decretaram a ocupação do prédio, exigindo uma reunião presencial com o reitor no prazo de um dia, a fim de que fosse entregue um documento com todas as reivindicações do movimento.

Imediatamente após terem ocupado o prédio, foi organizada uma colagem de faixas e cartazes em torno do mesmo, denunciando as reivindicações estudantis. Logo em seguida, foi realizada uma assembleia da ocupação, onde foi redigido e votado o Regimento interno da ocupação, que estabelecia regras gerais, inclusive de convivência, como proibição do consumo de álcool e drogas, prática de atividade libidinosa, depredação ao patrimônio público, entre outras.

No mesmo regimento, estabelecia-se as principais pautas da ocupação: Fim das quedas de energia no campus, redução das filas do RU e reformas urgentes na infraestrutura da universidade

Estudantes preenchem a reitoria com faixas e cartazes. Foto: AND

Manifestação à noite 4u633f

À noite, após ocuparem a reitoria, os estudantes da UEM, juntamente com professores e técnicos, tomaram as ruas em manifestação. Os estudantes se concentraram no Restaurante Universitário a partir das 19h, inclusive adentrando no restaurante enquanto estava no horário de jantar, em altiva manifestação, anunciando a ocupação da reitoria, denunciando as condições precárias da universidade e convocando todos que ali estavam a somarem na manifestação. Por volta das 19h30, centenas de estudantes saíram da UEM até o Terminal Urbano de Maringá entoando palavras de ordem em denúncia da precarização da universidade e de toda a educação pública, e defendendo o caminho da greve de ocupação. A manifestação percorreu o centro da cidade de Maringá, ando por dentro do Terminal Urbano, que foi completamente tomado pelos estudantes, que adentraram o Terminal aos gritos de “Trabalhador, olha pra cá, estou lutando pro seu filho estudar!”, denunciando as graves condições de infraestrutura da universidade aos trabalhadores locais e anunciando a ocupação da reitoria.

Estudantes tomam as ruas em defesa da universidade pública. Foto: AND
Estudantes protestam dentro do RU. Foto: AND
Estudantes encerram manifestação em frente ao prédio ocupado da reitoria. Vídeo: AND

Após retornarem à universidade, os estudantes se reuniram para um estudo e discussão acerca da greve de ocupação. Para tal, foi realizada a leitura de um material sobre o assunto, destacando o papel da greve de ocupação como meio incontornável para defender e conquistar uma educação pública, gratuita e que sirva ao povo. 

Estudantes realizam um estudo acerca do papel da greve de ocupação. Foto: Reprodução Instagram do Diretório Central dos Estudantes da UEM

Dia seguinte – debate com a comunidade acadêmica 4ud2l

Na manhã do dia 30, houve um debate aberto com integrantes da comunidade acadêmica para que estes levassem suas demandas à formulação democrática do ofício, a ser assinado pelo reitor, que registraria os principais problemas que afetam a universidade, e que necessitam de atenção e solução imediata. Dentre as demandas, se destacaram a péssima infraestrutura dos banheiros, com falta de papel higiênico e sabonetes, ausência de portas nas cabines, falta de assentos e tampas nos vasos sanitários e sistema de esgoto inadequado; falta de ventiladores, ar-condicionados e projetores nas salas; forros danificados e contaminados por gambás e ratos mortos, que contribuem para as goteiras e alagamentos de blocos; a necessidade de contratação de novos funcionários; as constantes quedas de energia e os reparos dos danos sofridos em decorrência destas; a necessidade da contratação de professores e funcionários.

É importante ressaltar que todas estas questões citadas acima encontram dificuldade especial para serem solucionadas por conta da Lei Geral das Universidades (LGU), lei estadual promulgada em 2021 pelo então e atual governador Ratinho Jr. (PSD) – filho do ultrarreacionário apresentador de Televisão e ex-deputado federal Carlos Massa, o Ratinho, cuja família está envolvida até o pescoço em grilagem de terras indígenas, segundo informações do portal De Olho nos Ruralistas. A referida lei fere gravemente a autonomia universitária e impede que as universidades públicas estaduais tenham liberdade para contratar novos funcionários, além de não garantir o ree integral dos recursos para as universidades. Justamente por esta razão, foi denunciado por inúmeros estudantes e professores, durante toda a ocupação, a proximidade política, que beira mesmo ao peleguismo mais caricato, entre o reitor Leandro Vanalli e o governo de Ratinho Jr.

Reunião com o reitor  1670h

A partir das 16 horas, no auditório da reitoria, iniciou-se a reunião dos estudantes com o reitor, que fizeram este se comprometer, por escrito, por vídeo e ao vivo, em frente aos estudantes, professores, funcionários e inúmeros veículos de imprensa, com todas as demandas urgentes que afetam a universidade. Os estudantes, por meio do Diretório Central dos Estudantes (DCE), entregaram um ofício ao reitor onde constavam todas as principais reivindicações do movimento, incluindo uma extensa lista, de várias páginas, com a relação de inúmeros problemas de infraestrutura da universidade que necessitam de reforma urgente.

Foi registrado o momento em que o reitor da UEM assina o ofício elaborado pela comunidade universitária, com datas acordadas. Ainda no encerramento da reunião, dirigindo-se ao atual reitor, o representante à mesa da ocupação, presidente do DCE, afirmou: se não houver solução para as reivindicações e a reitoria tornar a não cumprir as promessas e compromissos firmados, “os estudantes irão voltar, e voltaremos mais fortes e mais preparados”. Após o reitor ter firmado compromisso, os estudantes realizaram mais uma assembleia, onde foi votada e deferida a desocupação do prédio e organizado imediatamente um mutirão de limpeza do local.

Em resposta à vitoriosa ocupação, reitoria firma compromisso com os estudantes. Foto: AND
Em resposta à vitoriosa ocupação, reitoria firma compromisso com os estudantes. Foto: AND

Após a vitoriosa ocupação da reitoria e a elaboração do ofício esclarecendo as principais demandas de infraestrutura da Universidade, a reitoria enviou, em resposta, um documento oficial esclarecendo em detalhes as medidas que estão sendo ou ainda haverão de ser tomadas para cada questão específica, como as manutenções na rede elétrica, a contratação de funcionários para o RU e as reformas urgentes reivindicadas em diversos setores da universidade.

Além disso, já são visíveis algumas mudanças na universidade. No restaurante universitário, 6 novos funcionários foram contratados e mais ilhas já estão sendo instaladas e compradas, no período noturno, os dois lados do espaço estão sendo abertos, o que tem diminuído a fila do restaurante no período noturno e apresentado já alguma melhoria na extenuante fila do almoço. Até o início de junho, deve ocorrer a contratação de  mais funcionários para atender a comunidade acadêmica no RU.

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