No dia 13 de abril, dezenas de camponeses que trabalham com a pesca atingidos pelo rompimento criminoso da barragem da mineradora monopolista Samarco/Vale/BHP-Billiton, realizaram um protesto exigindo o pagamento imediato das indenizações. Durante o ato, os trabalhadores bloquearam linhas de trem interditando o trecho de Timbuí, em Fundão, região metropolitana de Espírito Santo (ES). 3r2q4b
Os pescadores utilizaram galhos que foram colocados no trilho, impedindo assim a circulação de trens da mineradora Vale, que sai de Cariacica com destino a Barão de Cocais, em Minas Gerais.
Os manifestantes portavam faixas com palavras de ordem contra a Vale assassina, exigiam o pagamento imediato das indenizações que nunca foram efetuadas pela chamada Fundação Renova, criada supostamente para resolver os impactos sociais e ambientais dos crimes da mineradora. No entanto, de acordo com as denúncias dos atingidos, a Fundação atua desinformando e desmobilizando o povo na luta pelos seus direitos.
Camponeses interditam via de trem em protesto contra Vale. Foto: Reprodução
A luta não cessa
A população atingida pelo crime cometido pela Samarco/Vale/BHP-Billiton resiste e se mantém na luta por seus direitos. Em uma outra manifestação no dia 28 de março, cerca de 600 pessoas, dentre elas camponeses, indígenas e quilombolas se uniram e ocuparam as entradas das sedes da mineradora Vale, na unidade Tubarão, em Jardim Camburi, em Vitória, e no município da Serra, localizadas no estado do Espírito Santo (ES).
Os manifestantes exigiam o pagamento imediato do Auxílio Financeiro Emergencial (AFE) e a exclusão da Fundação Renova das negociações. As massas populares exigiam ser atendidas diretamente pela responsável pelos crimes, a Vale.
Após seis anos do rompimento criminoso, já foram derramados aproximadamente 48,3 milhões de m³ de lama tóxica de rejeitos de minério que percorreram cerca de 650 km, do município de Mariana (MG) até o município de Linhares (ES). Esse lamaçal pútrido destruiu as casas das famílias que viviam na região e deixou sem trabalho, fonte de renda e sustento incontáveis famílias de camponeses, indígenas e quilombolas que desde então permanecem incessantes na luta por justiça.