A CK Hutchison Holdings, sediada em Hong Kong, concordou em vender sua participação em portos estratégicos em ambas as extremidades do Canal do Panamá para um grupo liderado pela BlackRock dos EUA por US$ 22,8 bilhões. 2z94v
Detalhes do acordo 1p2d6r
A empresa CK Hutchison Holdings, sediada em Hong Kong, colocou à venda suas ações em 43 portos que controla em 28 países. A CK Hutchison anunciou que também venderá a maior parte de suas ações em dois importantes portos nas entradas dos oceanos Atlântico e Pacífico do Canal do Panamá. Na terça-feira (4 de março), a empresa anunciou que os portos serão vendidos a um grupo liderado pela empresa de investimentos norte-americana BlackRock. O negócio, com um valor total de US$ 22,8 bilhões, inclui os portos do Canal do Panamá, bem como 43 portos em 23 países. A CK Hutchison, fundada pelo bilionário de Hong Kong Li Ka-shing, é uma empresa na qual o governo chinês não tem participação acionária. Entretanto, como está sediada em Hong Kong, ela opera de acordo com as leis financeiras chinesas.
“Gostaria de enfatizar que a transação é de natureza puramente comercial e não tem nada a ver com as recentes notícias políticas sobre os Portos do Panamá”, disse Frank Sixt, codiretor executivo da CK Hutchison, em um comunicado anunciando o negócio. A empresa operava os portos desde 1997.
Trump: ‘Começamos a retomar o Canal do Panamá’ 3j5w1o
“Meu governo vai retomar o Canal do Panamá, e já começamos a fazer isso”, disse Trump em seu discurso ao Congresso dos EUA ontem. “Hoje, uma grande empresa americana anunciou a compra de ambos os portos ao redor do Canal do Panamá e outras coisas relacionadas ao Canal do Panamá”, continuou Trump. Ryan Berg, diretor do Programa das Américas do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais em Washington, descreveu a venda como uma vitória para os Estados Unidos. “Na competição estratégica americana com a China, essa é uma grande vitória”, disse ele.
Após o acordo, as ações da CK Hutchison subiram quase 25%. A empresa receberá mais de US$ 19 bilhões em dinheiro com o acordo, que inclui o controle de 43 portos. O consórcio liderado pela BlackRock inclui a BlackRock, uma empresa global de gestão de ativos, a Global Infrastructure Partners e a Terminal Investment.
O acordo ocorre após semanas de controvérsia em que o presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que o canal estava sob controle chinês e disse que os EUA deveriam controlar essa importante rota marítima. Trump apresentou várias justificativas para retomar o controle do canal. Ele argumentou que a influência chinesa no canal é uma ameaça à segurança nacional. Ele também afirmou que o investimento inicial dos EUA na construção do canal lhe dava o direito de retomar o controle do canal. Ele também disse que os navios dos EUA que utilizam o canal estavam sendo sobrecarregados.
‘Toda concessão é uma vitória para Trump’ 5s1lj
O Panamá rejeita as alegações do governo dos EUA sobre o canal. O presidente José Raul Mulino disse que o canal “está e permanecerá nas mãos do Panamá”. O ex-diplomata panamenho Nehemías Jaén disse: “Trump tem como alvo o coração do país, o Canal do Panamá. Cada concessão que o Panamá faz é uma vitória para ele”.