Trabalhadores e entidades realizaram um ato na última quinta-feira (20/03) em frente ao Ministério da Fazenda em Brasília contra a privatização da Companhia Saneamento de Goiás (Saneago). Além da mobilização, os trabalhadores desejavam conversar com o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre o financiamento realizado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em prol das privatizações que vêm ocorrendo pelo país. 161n4h
Estiveram presentes o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas no Estado de Goiás (Stiueg), a Federação Nacional dos Urbanitários (FNU), o Sindicato dos Urbanitários do Distrito Federal (STIU-DF), o Sindicato dos Trabalhadores em Saneamento e Meio Ambiente (Sintsama), a Travessia – Coletivo Sindical e Popular, o Observatório Nacional do Direito à Água e ao Saneamento (ONDAS), a Federação Interestadual dos Trabalhadores Urbanitários do Centro-Norte (FURCEN), o Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Purificação e Distribuição de Água e Serviços de Esgotos do DF (Sindágua-DF) e o Deputado Glauber Braga.
A mobilização está diretamente ligada aos ataques feitos pelo Governo Federal, especialmente o BNDES, contra as empresas públicas, principalmente na área do saneamento e fornecimento de água. A escolha da data para o ato tem relação com o Dia Mundial da Água (22/3), e foi usada como forma de pressionar o governo, tentando levar à frente uma conversa com o ministro Haddad que acabou não ocorrendo.
Durante o ato foram entoadas palavras de ordem como “É palhaçada, patifaria, até a água virou mercadoria!” e “Ei, Caiado, tire as mãos da Saneago!”
As falas de diversos representantes de sindicatos denunciaram como as empresas públicas relatam dificuldades para obter financiamento do BNDES e outros bancos públicos, incluindo recursos do FGTS, para expandir seus serviços. Essa restrição contrasta com o tratamento dado às empresas privadas, que recebem apoio para concessões e privatizações no setor de saneamento.
Desde a aprovação do Novo Marco do Saneamento, diversas empresas foram privatizadas com auxílio do BNDES, mas isso não resultou na ampliação do o da população aos serviços. Em vez disso, as tarifas aumentaram acima da inflação, enquanto novas concessões continuam sendo incentivadas pelo banco. O BNDES segue facilitando o financiamento de privatizações e há leilões de concessões e PPPs programados.
Os sindicatos também apontam para o caso específico do estado de Goiás, onde a privatização dos serviços de esgoto avança apesar de a Saneago ter capacidade para universalizar o serviço, levantando questionamentos sobre a aliança entre Luiz Inácio e Ronaldo Caiado.