Indígenas resistem à tentativa do governo do DF em despejar aldeia para abrir rodovia em TI

O que a Terracap chama de “ocupantes irregulares da área” são os Boe Bororo que moram há anos naquele território e lutam incansavelmente pela garantia de suas terras
Foto: Correspondente local

Indígenas resistem à tentativa do governo do DF em despejar aldeia para abrir rodovia em TI

O que a Terracap chama de “ocupantes irregulares da área” são os Boe Bororo que moram há anos naquele território e lutam incansavelmente pela garantia de suas terras

Na manhã desta quinta-feira (27/2), a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), em conjunto com a Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal (Terracap), realizou uma operação do Governo do Distrito Federal (GDF) para abrir uma via em cima da Aldeia Areme Eia, comunidade Indígena Boe Bororo.

Na Aldeia Areme Eia vivem, atualmente, 15 famílias, majoritariamente compostas por mulheres e crianças. Os indígenas denunciaram ao correspondente local de AND que, sem apresentar qualquer documentação, a PM iniciou a invasão agredindo e usando spray de pimenta contra o povo Boe Bororo, incluindo mulheres grávidas e crianças, chegando a derrubar um idoso no chão.

A justificativa da Terracap é que a ação realizada é para abertura de um trecho viário, conforme projeto aprovado da Quadra 308 do Setor Habitacional Noroeste. “As ações de limpeza no local possibilitarão também o início de obra de infraestrutura de arruamento e de águas pluviais da quadra em questão.”

A Terracap afirma ainda em nota que, recentemente, empregados e terceirizados que estiveram na área foram ameaçados por “ocupantes irregulares da área.” “Por tal motivo, a atuação nesta data buscou apoio do DF Legal e de forças policiais (SSP-DF e Polícia Federal), com o intuito de garantir a segurança de empregados e contratados.”

O que a Terracap chama de “ocupantes irregulares da área” são os Boe Bororo que moram há anos naquele território e lutam incansavelmente pela garantia de suas terras.

Drone mapeando a área.

Essa invasão faz parte do processo de expansão do Noroeste, bairro criado em 2009, epicentro da especulação imobiliária de Brasília, que já resultou em diversas disputas territoriais com as aldeias locais.

O Comitê de Apoio à Aldeia Teko Haw, também localizada no Noroeste, esteve presente no local com os ativistas do Coletivo de Base – Honestino Guimarães para prestar solidariedade na luta. Em seu perfil na plataforma Instagram denunciaram o ocorrido.

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