Rodoviários do Distrito Federal (DF) iniciaram a segunda-feira (06/11) com uma greve que tirou 100% da frota de ônibus de circulação. Os trabalhadores reivindicam a renovação do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), a recomposição salarial com ganhos acima da inflação e melhorias trabalhistas. Decidida em assembleia no domingo (05/11), a greve iniciou às 00h da segunda, onde os ônibus sequer chegaram a sair das garagens. 45235r
A categoria busca a renovação do Acordo Coletivo de Trabalho, que venceu em 1º de agosto. Contudo, segundo o Secretário Geral do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Terrestres do Distrito Federal (SINTTRATER/DF), José Wilson, as empresas alegam que o governo está em dívida de 900 milhões de reais, o que dificulta o encaminhamento de uma proposta salarial satisfatória.
Na assembleia, os trabalhadores rejeitaram uma proposta que consideraram insatisfatória. A proposta apresentada foi de reajuste de 5,33% no salário, no plano de saúde e no plano odontológico; de 8% no tíquete alimentação e de 10% na cesta básica.
Em nota, a Secretaria de Transporte e Mobilidade do Governo do Distrito Federal (Semob) considerou a greve “abusiva”. O Governo do Distrito Federal já judicializou a greve, tendo o Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região (TRT-10) determinado a suspensão da greve ainda no dia 5, sob multa de 10 mil reais por hora. Mesmo assim, a categoria manteve-se de pé e a greve paralisou completamente a frota de ônibus do DF.
A Companhia do Metropolitano do Distrito Federal (Metrô-DF) opera com capacidade máxima na tentativa de suprir a demanda. Contudo, a rede de trens metropolitanos do DF é insuficiente para atender integralmente a população e as estações e trens estão superlotados, especialmente nos horários de pico.
As condições do Metrô também são precárias. Há pouco mais de uma semana, no dia 27 de outubro, uma explosão decorrida de um curto circuito na linha próxima à estação Central paralisou a operação dos trens e gerou um tumulto que feriu duas pessoas.
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A situação precária dos ônibus é de frequente reclamação dos usuários, que denunciam não apenas o preço de R$ 5,50, mas a frota que não atende a demanda, ônibus que quebram diariamente e inexistente transparência na prestação de contas de como os bilhões de rees feitos pelo GDF são aplicados.
Em entrevista ao AND, a Frente Pelo e Livre – DF e Entorno (FPPLDE), denunciou que apenas em 2021, as empresas que prestam serviço de transporte no DF, receberam mais de 1 bilhão de reais de rees do GDF, que ao final de 2022 somaram R$ 1,4 bi.
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No dia 31/10 a Câmara Legislativa (CLDF) aprovou mais um crédito suplementar para as empresas de ônibus do DF. Dessa vez, os distritais aprovaram R$ 142 milhões. O texto original afirmava que o recurso seria voltado para atender as despesas com o e livre estudantil e a manutenção do sistema de transporte público. Contudo, um parecer da Comissão de Economia, Orçamento e Finanças (CEOF), no mesmo dia da aprovação, apresentou uma emenda modificativa do texto citando que a proposta visava apenas a manutenção do sistema de transporte público.