Desde o dia 7 de outubro, quando o Estado sionista de Israel intensificou seus ataques viscerais contra o povo palestino, os israelenses aram a ser ainda mais conhecidos como os “novos nazistas” do mundo atual. A alcunha, já empregada antes, se dá principalmente pela similaridade entre a ideologias sionista e o nazista, além das correspondências entre as formas de extermínio aplicadas por ambos contra seus próprios “inimigos”. Segundo o historiador Danny Orbach e o jornalista Ofer Aderet, a proximidade entre os sionistas e os nazistas é ainda mais profunda: diversos criminosos de guerra nazistas foram diretamente contratados por serviços de inteligência do Estado judeu. 3k6e1h
A pesquisa feita por Danny Orbach foi publicada no ano ado, em seu livro “Fugitivos: Uma História dos Mercenários Nazistas durante a Guerra Fria”, e divulgada esse ano pelo jornalista Ofer Aderet. Baseado em arquivos do próprio Mossad, o estudo profundo revela como criminosos de guerra e oficiais nazistas foram contratados por diversos Estados imperialistas e reacionários no final do século ado para atuarem no setor militar. O Estados Unidos e o Estado de Israel eram dois que estavam entre a lista de contratantes.
“Os serviços de inteligência do Estado judeu, que estava rodeado de inimigos, também não hesitaram em empregar antigos nazis. Um dos casos mais complexos neste contexto é o de Walter Rauff, um criminoso de guerra alemão com baldes de sangue nas mãos. Rauff desempenhou um papel fundamental no desenvolvimento das instalações móveis de assassinato dos nazistas, as ‘vans de gás’ que ceifaram a vida de centenas de milhares de judeus. Rauff foi também um dos encarregados de estabelecer uma unidade cujo objectivo era aniquilar os judeus da Palestina e expandir o Holocausto para o Levante em geral – um plano que em última análise permaneceu apenas no papel”, explica Aderet, após entrevistar o historiador.
Mesmo com a responsabilidade do extermínio de milhares de judeus, Rauff foi contratado em 1949 para trabalhar por Israel. O responsável pela contratação foi Shalhevet Freier, funcionário do Ministério das Relações Exteriores e um dos fundadores do projeto nuclear do Estado sionista. Segundo Orbach, não houve oposição alguma dos outros setores do Estado sionista pela contratação do funcionário nazista.
Ex-oficial da SS e funcionário da Mossad 2s684u
A lista de nazistas trabalhando para seus sucessores históricos não para por aí. Outro funcionário do Estado sionista foi Otto Skorzeny, ex-oficial da Wafen-SS (organização militar do Partido Nazista, criada a partir do grupo mercenário SchutzstaffelI). Sobre ele, Orbach afirma que foi muito difícil descobrir informações pela censura pesada imposta por Israel sobre os documentos históricos desse tipo.
Antes de trabalhar para o Mossad, Skorzeny já tinha um longo currículo. Durante a Segunda Guerra Mundial, foi responsável por comandar diversas operações e ter libertado o fascista Benito Mussolini do cativeiro em setembro de 1943. Depois da guerra, chegou a trabalhar como empresário, traficante de armas e mercenário.
Foi somente na década de 1960 que Skorzeny foi cotado pelo Mossad, à época sob chefia de Meir Amit. O desejo de empregá-lo era tanto que uma megaoperação foi montada para conseguir entrar em contato com o nazista, em constante fuga. Um ex-comandante da unidade de “caça aos nazistas” da Mossad foi designado para fazer amizade com a esposa de Skorzeny, Ile. Depois de estabelecer um relacionamento com Ile, o ex-comandante Meidan conseguiu contato com Skorzeny e marcou uma reunião intermediada por Avraham Ahituv, funcionário de alto escalão do Estado sionista e que depois virou diretor do serviço de segurança do Shin Bet.
É certo que Israel e o Estados Unidos não foram os únicos que contrataram funcionários nazistas para suas próprias fileiras. Contudo, ambos se destacam nessa relação. O Estados Unidos, pela incorporação em massa de nazistas nas fileiras das mais diversas organizações, desde a CIA até a Otan. Já Israel, pela dupla fonte de práticas nazistas (aquela intermediada pelos ianques e a recebida pela contratação direta), e pela precisão e intensidade em que aplicaram os ensinamentos de seus mestres nazistas contra os povos árabes, em especial o heroico e resistente povo palestino.