No último dia 9 de maio, a Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) publicou uma nota oficial em suas redes sociais alertando para a gravidade da crise orçamentária enfrentada pela instituição. Segundo o Secretário de Planejamento e Orçamento da UFCG, Mário Souza Araújo Neto, os cortes no ree de verbas exigem novos critérios de priorização nos pagamentos. 301m2o
Novas medidas adotadas definiram priorizar o pagamento de bolsas e auxílios estudantis, diárias e agens para atividades acadêmicas essenciais, contratos com maior tempo de inadimplência e repactuações contratuais. A reitoria afirma que o objetivo é manter o funcionamento mínimo da instituição diante da escassez de recursos.
O cenário orçamentário imposto pela Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2025 teve um pequeno aumento em relação a 2024, mas que, na prática, não representa ganho real e também não cobre o reajuste anual do salário dos servidores públicos para compensar a inflação. Além disso, o governo brasileiro tem liberado os recursos em parcelas muito pequenas e sem a previsibilidade necessária para a gestão das universidades federais.
A UFCG destaca a necessidade de voltar a funcionar normalmente e que, para garantir essa estabilidade, seria preciso liberar ao menos 1/12 (um doze avos) do orçamento mensalmente.
Cortes ontem e hoje 4n533i
O descaso e os ataques à Educação pública seguem de vento em popa no gerenciamento oportunista de Luiz Inácio (PT), mas não é de hoje que as universidades públicas, dentre elas a UFCG, vêm sofrendo com cortes no orçamento e o contingenciamento de recursos.
Em 2016, com Michel Temer (MDB) à cabeça do velho Estado brasileiro, foi assinada a chamada “PEC da Morte”, que congelou os investimentos públicos por 20 anos, afetando diretamente as políticas sociais e abalando significativamente diversos setores fundamentais ao povo, como a Educação. Desde então, as universidades enfrentam crises com frequência, e, com a UFCG, decerto não seria diferente.
A última crise orçamentária foi em 2022, durante o governo ultrarreacionário de Jair Bolsonaro (PL), com um corte de quase R$ 3 milhões em fevereiro mais um bloqueio de quase R$ 2 milhões em outubro daquele ano, afetando o pagamento de bolsas estudantis, contratos istrativos de terceirizados e outros custos referentes ao funcionamento da instituição. Fora isso, outros cortes já somavam R$ 6 milhões, e, com o congelamento de verbas, atingiram a margem de R$ 9 milhões.
Em seguida, graças à revolta e mobilização dos estudantes e professores, que saíram às ruas para demonstrar sua insatisfação, o Executivo decidiu recuar no bloqueio. Mas não tardou que a situação voltasse a piorar: hoje a UFCG se encontra em nova crise que impacta diretamente a vida de seus alunos, que se queixam da falta de pagamento de bolsas de monitoria e da falta de ibilidade no campus.
Fora os alunos, os docentes também enfrentam dificuldades, como destaca a professora Luciana Leandro da Silva, da Unidade Acadêmica de Educação da UFCG, que leciona na instituição há mais de 10 anos: “Além de não termos recebido nosso reajuste, há muito tempo que nós, professores, estamos nos autofinanciando em nosso trabalho, sem o devido apoio da universidade. Somos nós que estamos bancando nossas próprias agens e diárias para levarmos o nome da UFCG para outros espaços acadêmicos.”