De janeiro a junho de 2024, pesquisadores registraram um aumento de 974% em focos de incêndio no pantanal em comparação com o mesmo período do ano anterior. O índice foi registrado pelos funcionários do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e publicados no Programa de BDQueimadas. 4r6e23
Em números reais, foram registrados 978 focos de incêndio. O valor é o maior dos últimos 15 anos, com exceção de 2020, ano que ficou marcado pela realização do “Dia do Fogo”, incêndios criminosos feitos por latifundiários bolsonaristas.
Esse quadro grave é explicado principalmente pela atuação do latifúndio e pela falta de programas de preservação dos biomas.
A região do pantanal é muito afetada por latifundiários que promovem o desmate sem reservas. Esse ano, o latifundiário Claudecy Oliveira Lemes foi acusado de promover o desmatamento de mais de 80 mil hectares no pantanal com o uso do “agente laranja”, segundo apuração do jornal monopolista Folha de São Paulo.
Até novembro do ano ado, o governo brasileiro só havia elaborado um Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento para a Amazônia. Biomas como o cerrado, que registrou recorde em desmatamento em 2023, e o pantanal, foco dos incêndios esse ano, estavam abandonados. Além disso, o governo cortou, no final de 2023, R$ 97,5 milhões do orçamento do Ministério do Meio Ambiente. Esse ano, a recusa do governo em atender as exigências dos profissionais que trabalham na preservação e fiscalização do meio natural prolongou uma paralisação que afetou os registros e controle de queimadas.