Cinema, Literatura: Por que, para quem, para quê? 225y1u

Cinema, Literatura: Por que, para quem, para quê? 225y1u

A tarefa de colaborar com um artigo/ensaio/matéria/entrevista quinzenalmente para a seção Nova Cultura do jornal A Nova Democracia nos impõe algumas inquietações críticas que gostaríamos de compartilhar com os companheiros neste texto inaugural, ei-las: 1d4g1g

Ao escrever sobre cinema e literatura partiremos de algumas perspectivas:

  • O cinema e a literatura como representação e expressão das contradições da sociedade de classes e do contexto histórico-político-econômico que lhes atravessa; imprescindível destacar que as condições materiais concretas impressas no seu processo de produção rebatem em tensionamentos internos à obra e a sua recepção. 

Isto posto, pretendemos:

1) abordar filmes (documentais e ficcionais) e livros (de ficção e não ficção) – que resgatem, evoquem, pautem temas e questões importantes (senão, imprescindíveis) ao avanço da consciência de classe desde uma perspectiva crítico-analítica de base revolucionária e/ou progressista; 

2) diretores e escritores – que, atentos às lutas de los de abajo, se dispam a somar com suas ferramentas de trabalho uma outra leitura acerca do tempo histórico que lhes coube experienciar; 

3) correntes/ciclos/agrupamentos cinematográficos e literários – preferencialmente, nacionais e/ou latino-americanas, mas sem abrir mão de situá-las em seu contexto histórico específico, evitando tomá-las como modelos e métodos prescritivos de conduta; pelo contrário, atualizando-as, pensamos ser o expediente o mais válido para que possamos apropriarmo-nos dos avanços encetados e redirecionarmos seu vigor às lutas de nosso presente histórico.

  • Evitaremos a gratuidade estéril e o ramerrão das certas reflexões e apontamentos que se restrinjam ao corte estético se, porventura, tal inflexão não vier a aportar contribuição válida ao primado dos problemas de cunho histórico político social cultural e econômico que recobrem o fazer cinematográfico e literário.
  • Procuraremos pensar o cinema e a literatura não como produto de entretenimento ao consumo volátil, digestivo, autômato que, comumente se presta a anestesia da consciência histórico-política da classe trabalhadora. Pelo contrário, tal condição também será matéria de alguns de nossos textos em que buscaremos denunciar os regramentos ideológicos e tergiversadores operados pelos oligopólios da cultura que se obstinam em sedimentar, a níveis superestruturais, as bases da opressão imperialista e neocoloniais – sabotando quaisquer perspectivas de desenvolvimento emancipatório, por exemplo, da indústria cinematográfica dos países periféricos.
  • No que tange à linguagem dos textos, evitaremos os tons e modos academicistas que, tantas vezes e tão somente, reiteram o distanciamento e a incomunicabilidade como artefatos de dominação de classe. Nossa escrita será sobretudo ensaística, e “quase” jornalística no intento de comunicar de forma mais direta a um número maior de companheiros leitores – todavia, sem que isto se faça em detrimento do aprofundamento teórico e analítico. 
  • Quanto ao formato “entrevista”, faremos uso quando for o caso estabelecermos um diálogo/debates de ideias com cineastas, roteiristas, trabalhadores do campo audiovisual, escritores, editores que seja enriquecedor para um maior aprofundamento nas questões relativas às especificidades do campo – o que se faz imprescindível à qualificação do debate e da crítica.
  • Destacamos, desde logo, que sobretudo pensamos o cinema e a literatura de uma perspectiva de contrainformação de classe (como vislumbramos também ser a principal tarefa da produção jornalística classista e revolucionária) a se voltar contra as estratégias regentes dos monopólios de comunicação e da chamada indústria cultural em suas táticas sorrateiras, repisadas e reeditadas tantas vezes, e renovadas e reinventadas noutras. Trata-se, então, de nos devotarmos a colaborar – de forma múltipla e atenta – na construção contínua e contumaz de um cinema e uma literatura que aponte e aposte em direção a uma Nova Cultura como tarefa histórica inevitável e imprescindível.

Imagem em destaque: Reprodução

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
Agora, mais do que nunca, AND precisa do seu apoio. Assine o nosso Catarse, de acordo com sua possibilidade, e receba em troca recompensas e vantagens exclusivas.

Quero apoiar mensalmente!

Temas relacionados:

Matérias recentes:

Ansarallah adverte: Escalada dos EUA contra o Irã arrastará a região para o abismo da guerra 3o2dd

12/06/2025

RJ: Mais uma operação policial mergulha o Rio de Janeiro em caos 6d6z37

12/06/2025

RO: Organização indígena repudia mentiras sobre TIs e alerta para riscos de violação de direitos  o5c4v

12/06/2025