O preço da cesta básica aumentou em até 4,4% no Brasil durante o mês de fevereiro, segundo dados publicados hoje (10/3) pelo Dieese. A alta é resultado da exportação em massa de carnes, café e ovo pelos latifundiários, que vendem os produtos no exterior para lucrar mais com a venda em dólar – um problema resultante da política econômica brasileira, controlada por latifundiários e grandes burgueses e subjugada ao imperialismo. 3i4x2t
Apesar da alta que aflige milhões de brasileiros, os latifundiários aproveitam a falta de políticas de controle de preços pelo governo para aumentar a quantidade de ovos enviada para o Estados Unidos (EUA), de acordo com informações publicadas hoje no jornal monopolista O Globo.
Recife foi a capital com a alta mais expressiva no preço de alimentos, atingindo a marca de 4,4%. Outras capitais da região Nordeste também apresentaram um aumento exponencial no preço dos alimentos, como João Pessoa (PB), com crescimento de 2,55%, e Natal (RN), cujo crescimento atingiu 2,28%.
Esse é um dado importante porque, nas recentes pesquisas de popularidade do governo, a região Nordeste – conhecida pela grande concentração de massas empobrecidas e, em particular, de posseiros e camponeses sem terra – é a que vem apresentando a maior baixa na aprovação do governo federal, apesar de ser, historicamente, um importante ponto de apoio eleitoral do oportunismo petista.
Em números reais, os maiores preços entre as capitais são apresentados em São Paulo (R$ 860,83), Rio de Janeiro (R$ 814,90) e Florianópolis (R$ 807,71).
O aumento anual é ainda mais grotesco, com cidades como Fortaleza (CE) e João Pessoa (PB) registrando um aumento de 13,22% e 12,38%, respectivamente.
A alta segue uma tendência já observada em outros anos: entre 2023 e 2024, a cesta básica aumentou em todas as cidades do Brasil, com destaque para Campo Grande (MS) (14,47%), Goiânia (GO) (12,19%), Brasília (11,19%) e São Paulo (SP) (10,56%).
O produto alimentício que verificou o maior aumento nos preços foi o café moído, item produzido pelo latifúndio de novo tipo (“agronegócio”) e exportado em massa para o exterior. O item, assim como outros produtos primários (commodities) não é taxado para ser exportado ou possui taxações menores que 1%, o que favorece o lucro dos latifundiários sem que haja nenhum retorno para o País.
Muitos dos outros itens da cesta básica são produzidos por pequenos camponeses. Estes produtos são vendidos pelos pequenos produtores abaixo do preço de valor, pelas imposições das grandes empresas do “agronegócio”, mas o preço final é inflado pela ação destas grandes empresas ou dos “atravessadores”, que cobram valores exorbitantes dos pequenos produtores para transportar os produtos até os centros de distribuição.
O governo oportunista de Luiz Inácio, eleito sob a promeça de diminuir o preço dos alimentos, nada faz para controlar os preços. As isenções para exportação seguem em voga, não há teto para os itens exportados, a “reforma agrária” segue sepultada e não há incentivo robusto para a pequena produção camponesa. As últimas medidas anunciadas pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB-SP), são todas cosméticas, como mostrou o AND na semana ada.
Em meio à crise inflacionária, em especial no ramo alimentício, os latifundiários do ramo de suínos, aves e ovos organizados no cartel Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) planejam dobrar as exportações de ovos para o imperialismo norte-americano, que enfrenta um potente surto de gripe aviária. A previsão é que os latifundiários enviem 35 mil toneladas do item para o EUA em 2025, quase o dobro das 18 mil enviadas em 2024.
O alimento, que teve um aumento de 33,86% no mês de fevereiro, é enviado aos EUA sem o processo de tratamento industrial, que é feito somente em território norte-americano, diminuindo assim o valor do produto ao sair do Brasil.
E apesar do cenário de alta dos alimentos no País, Luiz Inácio, que nas últimas semanas quis bancar de “combativo” ao ameaçar revidar o EUA com tarifas, não dá sinal de que irá taxar o envio de ovos para a superpotência hegemônica única. Tudo para não se chocar com o latifúndio, setor dominado pela extrema-direita bolsonarista e inimigo declarado do povo brasileiro.