Na manhã de hoje, 21 de outubro, as sujas táticas de dividir a massa de camponeses em luta aplicadas pelas forças de repressão foram frustradas diante da organização e combatividade dos moradores da Área Tiago Campin dos Santos. Uma grande Assembleia foi organizada por dezenas de famílias expulsas da área que não aceitaram a situação de calamidade imposta pelo velho Estado. i3z2d
Em uma exitosa Assembleia, os camponeses definiram os caminhos do alojamento e seguiram a mobilização. Foto: Banco de Dados AND
Os policiais mentiram e prometeram aos acampados que haveria condições de alojarem todos, se aceitassem o despejo. Após a violência policial, as massas também desmascaram todas as falsas promessas das tropas policiais. Essas diversas denúncias e exigências foram feitas logo após parte das famílias da Área Tiago dos Santos. Esses camponeses foram levados para a Escola Santa Julia, localizada em uma rodovia na Vila da Penha, um alojamento improvisado pela Secretaria Municipal de Assistência Social e da Família (Semasf) de Rondônia.
A Assembleia
Como fruto da Assembleia, os camponeses sistematizaram e relataram ataques como tapas, agressões verbais, ameaças às crianças e desrespeito às famílias. Logo na chegada os camponeses sofreram tentativas de intimidação de policiais, postados com fuzis e sprays de pimenta na entrada do local. Diversos camponeses, entre idosos e crianças, estão acometidos de malária e pneumonia e seguem sem assistência médica e mantimentos adequados.
Os camponeses também afirmam que as tropas policiais não permitiram que os moradores retirassem seus pertences como: roupas, comida, galinha, porcos, materiais de construção e outros. Os policiais prometeram a presença dos ‘direitos humanos’, alimento e caminhões, e segundo denúncias não cumpriram uma promessa sequer.
Em uma exitosa Assembleia, os camponeses definiram os caminhos do alojamento e seguiram a mobilização. Foto: Banco de Dados AND
Em uma exitosa Assembleia, os camponeses definiram os caminhos do alojamento e seguiram a mobilização. Foto: Banco de Dados AND
Em uma exitosa Assembleia, os camponeses definiram os caminhos do alojamento e seguiram a mobilização. Foto: Banco de Dados AND
Os trabalhadores denunciaram também que o local definido não comporta as famílias que foram expulsas de suas moradias e que a Secretaria de Educação de Porto Velho os proibiu de usar a cozinha, restando apenas lugares insalubres a céu aberto para as famílias prepararem suas refeições. No local não há alimentos e produtos de limpeza. Não havia durante a noite local para as centenas de pessoas dormirem.
Frente a isso as famílias, já organizadas, fizeram exigências como consta em uma lista de itens necessários para a alimentação dos camponeses e limpeza do local. A lista foi entregue à Semasf, porém esta afirma que não tem condições de prover. Os trabalhadores do órgão buscaram intervir pelos camponeses acionando entidades como Ministério Público e Defensoria pública, mas não obtiveram respostas.
Mesmo diante da tentativa policial de suprimir o ânimo das massas, os camponeses seguiam altivos nas inúmeras denúncias contra o velho Estado.
No vídeo enviado à Redação de AND é possível ouvir as principais reivindicações e o que exigem os camponeses.
Lista de mantimentos exigidos pelas famílias para manter-se dignamente no alojamento. Foto: Banco de dados AND
Lista de mantimentos exigidos pelas famílias para manter-se dignamente no alojamento. Foto: Banco de dados AND
Leia também: RESISTÊNCIA! Famílias resistem à tentativa de novo massacre no Tiago dos Santos, RO 5hi6p
Policiais fotografam os camponeses da Área
Os camponeses posteriormente relatam a chegada da Defensoria Pública do Estado de Rondônia (DPE) para realizarem atendimento às famílias. No entanto, muitos estão temerosos de serem fotografados, pois a Polícia Militar e o Comandante da Operação estão no local, e estão fotografando as pessoas.
Os trabalhadores da prefeitura afirmam que tentam fazer o que podem, porém não há por parte do velho Estado nenhuma assistência, apesar de levarem itens que estão arrecadando, afirmam “Não damos conta”.
A situação de parte das famílias se agravará com ausência de alojamento
As famílias camponesas expulsas da Área Tiago Campin dos Santos podem enfrentar maiores penúrias nos próximos dias pois a escola que abriga o alojamento terá as aulas presenciais iniciadas na segunda, dia 25/10.