Bolsonaro se curva durante depoimento sobre o golpe 3o4v2i

O ex-presidente chamou os próprios apoiadores de “malucos”, pediu “desculpas” ao ministro da corte, Alexandre de Moraes e deu outros os atrás.
Valter Campanato/Agência Brasil

Bolsonaro se curva durante depoimento sobre o golpe 3o4v2i

O ex-presidente chamou os próprios apoiadores de “malucos”, pediu “desculpas” ao ministro da corte, Alexandre de Moraes e deu outros os atrás.

O chefete da extrema direita a e atual réu no Supremo Tribunal Federal (STF) Jair Bolsonaro (PL) demonstrou estar apavorado com a hipótese de uma prisão durante o depoimento sobre as preparações para uma tentativa de golpe de Estado no STF nesta terça-feira (10/04). O ex-presidente chamou os próprios apoiadores de “malucos”, pediu “desculpas” ao ministro da corte, Alexandre de Moraes e deu outros os atrás.  1d5h5u

Além de Bolsonaro, depam os ex-ministro da Defesa Sérgio Nogueira, o ex-chefe da Casa Civil Braga Netto, o ex-chefe do gabinete de segurança institucional Augusto Heleno e o ex-comandante da Marinha Almir Garnier. 

Bolsonaro negou que planejou um golpe e disse que os comandantes das Forças Armadas reacionárias não teriam embarcado na ruptura institucional naquele momento. “Agora, tem sempre os malucos ali que ficam com aquela ideia de AI-5 e intervenção militar. As Forças Armadas, os chefes militares, jamais iriam embarcar nessa porque não cabia isso aí”, disse o ex-presidente. 

O tom é bem diferente do adotado nas últimas agitações bolsonaristas (em Copacabana, em março, e na Avenida Paulista, em abril), quando Bolsonaro evitou xingar a própria base. A fala atraiu cólera de alguns celerados da extrema-direita. “Eu fui muito OTÁRIO!!!!!!”, escreveu o ex-ministro da Educação de Bolsonaro, Abraham Weintraub, no X, revoltado com o abandono de seu chefete. 

Em outro momento de covardia disfarçada de humildade, Bolsonaro pediu “desculpas, senhor ministro” por ter acusado os ministros do STF e terem levado “milhões” de reais em troca da aprovação dos resultados.

Em um momento mais jurídico, Bolsonaro negou ter discutido a minuta do golpe, afirmando que Filipe Martins, ex-assessor de Assuntos Internacionais do ex-presidente, acusado de elaborar a minuta, seria uma visita esporádica no Planalto. Após ser questionado sobre uma conversa com Martins, chegou a afirmar que teria “batido um papo”, em conjunto com um padre. 

O chefete da extrema direita disse também que as discussões com os então comandantes das Forças Armadas reacionárias. “Quando se fala em minuta ‘do mal’ da nossa parte, de conspiração, eu sempre tive do lado da constituição. Então eu refuto qualquer possibilidade de falar em minuta de golpe ou qualquer minuta que esteja enquadrada na constituição brasileira”, disse Bolsonaro. Contudo, em outro momento, ao ser indagado por Moraes, se a consideração por um Estado de Sítio teria sido pela falta de recursos legais, Bolsonaro respondeu “sim, senhor.”

As declarações de Bolsonaro, por mais recuadas e amedrontadas que sejam, não causarão um revés significativo no processo. No máximo, o ex-presidente pode angariar uma redução de pena depois de preso, o que ficaria mais fácil com o apoio político de uma liderança da direita bolsonarista na presidência depois de 2026. 

Para o criminalista Marcelo Crespo, coordenador do curso de Direito da ESPM-SP entrevistado pelo monopólio de imprensa Estadão, a defesa de Bolsonaro busca sustentar que a minuta se baseou em “mecanismos constitucionais” e que, portanto, as reuniões para elaboração de um golpe com os então comandantes das Forças Armadas reacionárias e outros reacionários representam um ato de legalidade. Contudo, “ao confirmar discussões estruturadas com autoridades militares, ele ite fatos. Sob essa perspectiva, reconhece movimentos em busca de alternativas ao resultado eleitoral”, afirmou o jurista. 

Mauro Cid depõe ao STF em julgamento da trama golpista – A Nova Democracia
O primeiro réu golpista a depor na última tarde foi o ex-ajudante de ordens e tenente-coronel Mauro Cid, delator inicial dos preparativos para tentativa de ruptura institucional.
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Augusto Heleno se complica com perguntas do advogado 632r5q

O ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), o general Augusto Heleno, se negou a responder às perguntas feitas pelo STF e se limitou a responder às reformulações feitas pelo seu próprio advogado. Mesmo assim, o senil general se confundiu e quase complicou a própria situação jurídica. 

Isso porque, segundo o advogado, ele deveria responder somente “sim ou não”, mas, ao ser questionado sobre a reunião em que defendeu “virar a mesa antes das eleições”, Heleno disse que “não havia oportunidade” para tal movimento. Em outro momento, disse que não se reuniu tanto com Bolsonaro porque, por ser uma pessoa atarefada, “não tinha nem tempo para fazer isso.” 

Braga Netto tenta se defender de delator 2w263

Já o general Braga Netto começou o depoimento tentando se defender das informações coletadas na delação do tenente-coronel Mauro Cid. Segundo o delator, Braga Netto lhe confiou uma quantia em dinheiro para que fosse entregue como pagamento a um “Kid Preto”, um membro das forças especiais do Exército Brasileiro que seria utilizado em um plano para ass Moraes, além de Luiz Inácio e Geraldo Alckmin, conhecido como “Punhal Verde-Amarelo”.

Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil de Bolsonaro e primeiro general de quatro estrelas a ser preso no Brasil, chegou a pedir para ser liberado da prisão, cumprida em uma cela especial no Comando da primeira divisão do Exército Brasileiro, onde tem o a um ar-condicionado e um banheiro privativo. Moraes, por sua vez, negou o pedido. 

Ex-ministro da Defesa se curva diante de Moraes 4u2u6s

O ex-ministro da defesa, general Paulo Sérgio Nogueira foi outro a implorar por “desculpas” ao presidente do STF. No banco dos réus, o general se arrependeu de ter afirmado que o Supremo Tribunal Eleitoral controlava o resultado do pleito, indicando que não teria acreditado quando assistiu ao vídeo que comprova suas acusações. 

“E coincide com essa reunião em que eu trato com palavras completamente inadequadas o trabalho do Tribunal Superior Eleitoral, e mais ainda olhando para vossa excelência, porque nós trabalhamos juntos nesse processo”

Desfile militar em dia de votação foi uma ‘coincidência’, diz ex-Almirante da Marinha, Garnier 174l61

Almir Garnier, o primeiro a depor na última terça-feira, concentrou o depoimento em negar todas as acusações, sobretudo a de que teria “colocado as tropas à disposição” do ex-presidente. 

Ao ser questionado sobre o fato de ter enviado blindados e tropas para a Esplanada dos Ministérios, em Brasília, para realizar um desfile militar no dia da votação do voto impresso, em agosto de 2021, Garnier disse se tratar de uma “coincidência”, e não  e não de uma ameaça em caso de desaprovação da proposta. 

Implorando por pena, o ex-comandante da Marinha disse que ficou “emocionalmente sobrecarregado” e “muito triste” com a mobilização dos galinhas verdes no dia 8 de janeiro de 2023, chegando a ter levando-o a “consequências físicas”. 

O Governo Militar Secreto
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