BA: Indígena Pataxó é assassinado por pistoleiros 5262w

BA: Indígena Pataxó é assassinado por pistoleiros 5262w

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Gustavo Conceição da Silva foi assassinado com um disparo de arma de fogo na cabeça. Foto: Banco de Dados AND

O adolescente indígena da etnia pataxó Gustavo Silva da Conceição, de 14 anos, foi assassinado na madrugada do dia 4 de setembro após novo ataque de pistoleiros à Aldeia Alegria Nova, no Território Indígena (TI) Comexatiba, na cidade de Prado, no Sul da Bahia.

De acordo com relato de lideranças da aldeia ao monopólio de imprensa Uol, homens portando armas de grande porte como espingardas e fuzis, além de bombas de gás lacrimogêneo, chegaram ao local disparando contra jovens, crianças e mulheres. Após ser atingido com um tiro na cabeça, Gustavo foi levado desacordado a uma unidade de saúde no município de Itamaraju e depois transferido para o Hospital de Teixeira de Freitas em estado grave, onde veio a falecer. Em protesto, moradores da aldeia, familiares e parentes de Gustavo bloquearam a estrada em direção à cidade de Corumbau, a 750 km de Salvador.

Bomba de gás lacrimogênio encontrada no local. Foto: Reprodução

A região tem uma longa história de conflitos envolvendo plantações de eucaliptos: ativistas têm sido assassinados em contextos de grilagem de terra associados à expansão desse cultivo. Nos últimos anos, indígenas de várias comunidades do extremo sul e sudeste da Bahia deram início ao processo de retomada de seus territórios e são alvos constantes de ataques, seja por parte de bandos de pistoleiros a soldo do latifúndio, seja pelas forças de repressão do velho Estado burocrático-latifundiários.

PATAXÓS TOMAM SEU DESTINO NAS PRÓPRIAS MÃOS

A TI Comexitiba iniciou o processo de demarcação em 2005 e teve seu Relatório Circunstanciado de Identificação e Delimitação da Terra Indígena (RCID) publicado somente em 2015. Mais de sete anos após a publicação do documento, ainda não foi realizada a homologação e o registro não avançou devido à morosidade do velho Estado latifundiário-burocrático.

No dia 22 de julho, pataxós da Aldeia Alegria Nova, indignados com a Funai, começaram o processo de ocupação da Fazenda Santa Bárbara. Aproximadamente 180 indígenas Pataxó retomaram parte do território invadido por monopólios latifundiários de produção de celulose. A área ocupada era conhecida como Fazenda Santa Bárbara e segundo denúncias estava ligada a Suzano Celulose.

TERRORISMO DE ESTADO NÃO PORÁ FIM ÀS RETOMADAS

Em um manifesto em vídeo realizado durante a retomada de parte da TI Comexatibá, uma liderança pataxó afirmou: “Nós, o povo Pataxó, não vamos mais permitir a destruição de nossos territórios. O povo Pataxó é conhecido nas histórias dos povos indígenas do Brasil como de grandes estratégias de luta e grandes atiradores de flecha. E foram 450 anos de guerra do nosso povo nessa base para existir essa mata atlântica aqui. No arco e na flecha! Nosso povo foi conhecido por fazer incursão devastadora pra cima das vilas que tentavam destruir nosso povo.”. 

Reafirmando o compromisso em defender seus territórios custe o que custar, o líder Pataxó declarou: “Hoje estamos aqui mostrando que quem tem o sagrado poder somos nós! E que multinacionais, milionários, trilionários, Veracel, Suzano não são nada! Hoje nós estamos expulsando a Suzano do município de Prado, da Terra Indígena Cahy Pequi Comexatibá em torno do Monte Pascoal. Fora Suzano! Não vai ficar um pé de eucalipto em nossa terra sagrada, porque isso é mau. Fora de nosso território Suzano! Não aceitamos eucalipto aqui, não!”.

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
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