Na última segunda-feira (6), estudantes e trabalhadores fecharam parcialmente a Avenida Antônio Carlos Magalhães contra o aumento na tarifa de ônibus municipal da capital Salvador. O ato acontece frente aos aumentos draconianos no preço do transporte que castigam o povo de Norte a Sul do país. 4h4470
O protesto iniciou-se às 15 horas com concentração em frente ao Shopping da Bahia (Iguatemi) e percorreu a Avenida Tancredo Neves até o Terminal Rodoviário de Salvador. O enorme número de linhas desativadas, a não recomposição da frota e a má qualidade dos veículos estiveram dentre as principais denúncias dos manifestantes.
Conforme denunciado ao correspondente local de AND, a manifestação enfrentou cerco e intimidação policial durante o trajeto. As informações dão conta de que a região do Iguatemi teve o policiamento reforçado com pelo menos cinco viaturas, onze motocicletas e uma van. De acordo com o relatado, policiais à paisana/P2 também atuaram junto com equipes de segurança privada do Shopping e da CCR (Companhia de Metrô da Bahia).
Em Salvador, o aumento da tarifa foi anunciado no dia 2 de janeiro de 2025 pelo prefeito Bruno Reis (União Brasil). A nova tarifa de R$ 5,60 já está vigente desde o último sábado (4) e representa um aumento de 7,69%, o segundo maior em oito anos. A prerrogativa utilizada como sempre se manteve a mesma, com promessas de “renovação e expansão” da frota de ônibus, além da expansão do elefante branco e natimorto BRT.
Com o reajuste, a tarifa de ônibus de Salvador permanece sendo a mais cara dentre as capitais do Nordeste e a quinta maior dentre as capitais do Brasil, ficando atrás apenas de Belo Horizonte (MG) R$ 5,75, Curitiba (PR) R$ 6,00, Porto Velho (RO) R$ 6,00 e Florianópolis (SC) R$ 6,90.
Recentemente, o prefeito Bruno Reis sancionou o aumento do seu próprio salário para R$ 32 mil, um reajuste de aproximadamente 25%, além do salário dos vereadores que aumentou para R$ 26 mil, o maior vencimento dentre as capitais brasileiras. O ato entra em contradição com a entrevista concedida ao jornal A Tarde, ainda em agosto de 2024, quando anunciou o cenário de “falta de verbas” para a tarifa zero. Segundo o prefeito, a tarifa zero exigiria “fechar hospitais, escolas, unidades de apoio social e restaurantes populares”.
Novas mobilizações foram convocadas para esta terça-feira (07) na Estação Lapa às 16 horas. O Comitê de Apoio de AND em Salvador seguirá acompanhando os desdobramentos dos próximos atos.
