Uma operação de busca e apreensão teve como alvo, na última sexta-feira (06), as sedes de um batalhão e duas companhias militares da polícia militar da Bahia, em que cinco policiais foram investigados por homicídio, fraude processual e possível formação de grupo de extermínio em cidades do sertão. 54p5x
Eles estavam acusados de executar Breno Murilo da Cruz Dantas e Ítalo Mendes da Silva, em Nova Souré (243 km de Salvador), que foi registrado em 2021 como “confronto com a polícia”. Esta é a 36° operação desde 2023 que teve policiais como alvos.
De acordo com os dados proporcionados por ações integradas da Secretaria Estadual de Segurança Pública (SSP-BA) e Ministério Público (MP-BA), no biênio de 2021 e 2022, 36 policiais foram denunciados, enquanto entre janeiro de 2023 e dezembro de 2024, esse numero saltou para 156, com 32 sendo presos e 4 condenados.
Ano a ano, o Estado da Bahia bate os recordes da violência policial. De acordo com o Instituto Fogo Cruzado, 5 pessoas morriam por dia na capital e sua região metropolitana por resultado de ações policiais no ano de 2023 (o que totalizaria 1.823), números muito maiores que os relatados pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, que julga apenas “mortes letais intencionais” nesses massacres. Houve um aumento de 300% em homicídios realizados pela polícia em oito anos, com 98% das vítimas destes homicídios sendo a população preta baiana.
Um caso recente que alertou a população de Salvador foi a execução do adolescente Gabriel Santos Costa, de 17 anos e a tentativa de homicídio de outro jovem de 19 anos, ambos vítimas do policial militar Marlon da Silva Oliveira. Em um vídeo, ele xinga e agride as vítimas, mandam esses se deitarem, virarem seus rostos ao asfalto, com as mãos na cabeça. Ambos obedecem, porém, sofrem doze disparos. Após, Marlon entra em um carro branco e deixa o local. O policial, que estava foragido, acabou sendo preso apenas por que se entregou, pois, sua prisão preventiva não foi considerada urgente pelo judiciário.
A aliança entre PM e grupos paramilitares no campo 3v4m36
A SSP-BA, através da Force (Força Correcional Especial Integrada da Corregedoria Geral) apurou em todo o estado diversos casos de policiais envolvidos em grupos de extermínio, jogos de azar e extorsões.
O município baiano de Jequié é o que mais sofre com a guerra movida contra o povo, dissuadida como “guerra às drogas” ou “guerra contra facções”. O Movimento Invasão Zero chegou a mobilizar policiais do Batalhão de Jequié para fazer investidas contra os pobres do campo em suas primeiras ações.
De acordo com relatos de indígenas Hã-hã-hã, foram PMs que abriram o caminho para o assassinato de Nega Pataxó. São fatos que expressam o vínculo entre paramilitares e forças auxiliares de repressão.
O caso do Deputado Estadual “Binho Galinha” é um dos maiores indícios do envolvimento entre a formação de grupos de extermínio e a Polícia Militar, com o grupo paramilitar do Deputado sendo formado em sua maioria por PMs.