A desaprovação do governo de Luiz Inácio (PT) cresceu mais uma vez e atingiu o marco de 57% das pessoas aptas a votar, segundo a nova pesquisa Quaest divulgada nesta quarta-feira (04/05). A alta cresceu principalmente entre a base eleitoral do governo, como estudantes, universitários, mais pobres e mulheres. Essa é a maior baixa do atual governo, com apenas 40% dos eleitores se declarando favoráveis às medidas presidenciais. 6695h
A rejeição de Luiz Inácio empatou pela primeira vez com a aprovação entre as famílias mais pobres, com 50% de impressões contrárias ao governo de 49% de favoráveis. É provável que a maior rejeição do presidente entre os mais pobres seja influenciada pelo fracasso do atual governo em reverter a alta dos preços dos alimentos e em melhorar as condições de vida do povo. Em vez de melhorar as políticas de seguridade social, conforme prometido em campanha, o governo cortou direitos como o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e outras medidas para atender às regras do “arcabouço fiscal”. Em abril, 58% dos brasileiros estavam comprando menos comida por conta da inflação dos alimentos, segundo dados da Pesquisa DataFolha.

Entre os estudantes do fundamental, a desaprovação está em 47% no caso dos alunos do ensino médio e 64% no âmbito dos universitários. O índice sinaliza que as medidas paliativas empregadas pelo governo federal na questão da Educação, como o chamado “Pé de Meia”, se mostraram insuficientes para elevar a qualidade de vida dos estudantes e não elevaram a percepção positiva sobre o governo. Além disso, o corte nas universidades também pode ter impactado a avaliação. Em abril, o governo congelou 62% das verbas universitárias de 2025 até o mês de novembro como parte do pacote de contingenciamentos anual.
Entre as mulheres, responsáveis por 58% dos votos no petista, a aprovação caiu para 43%, sendo a pior taxa de aprovação do petista entre esse setor. Essa é uma queda de 6% em relação à pesquisa de março.
A desaprovação cresceu 4% entre aqueles considerados pardos, atingindo 56% no total. A oscilação entre a população preta e branca ficou dentro da margem de erro de 6%.
Dentre as regiões do país, o Sudeste foi a que registrou a maior rejeição, atingindo 64%, um aumento de 4%. No Centro-Oeste e na Região Norte, a oscilação negativa foi evidente, com a taxa de desaprovação chegando a 55%, 3% a mais da anterior, com a aprovação caindo para 42% (anteriormente registravam-se 40%). As únicas regiões que apresentaram uma leve melhoria foram o Nordeste e o Sul. Para o povo nordestino, a aprovação foi de 54%, frente a 46% de negativa. Contudo, vale ressaltar que esse número segue mais de 10% abaixo daquele obtido nas urnas, quando 68% dos eleitores nordestinos depositaram seu voto em Luiz Inácio. No Sul, a melhoria também foi tímida, com a desaprovação caindo 2%, atingindo 62%, enquanto a aprovação chegou a 37%, com a margem de erro (6%), indicando uma possível estagnação.
O fracasso do governo é tanto que 44% dos entrevistados chegaram a classificar o atual mandato como “pior” que o governo ultrarreacionário de Jair Bolsonaro – que foi marcado pelo genocídio do povo brasileiro durante a pandemia e problemas similares com os enfrentados pelo atual governo, como a inflação generalizada. Ao mesmo tempo, 40% dos entrevistados dizem que a gestão de Luiz Inácio é melhor que a de Bolsonaro. Frente à forte reprovação, isso significa que as massas populares estão cansadas tanto da gestão ultrarreacionária do ex-presidente quanto das medidas de falsa esquerda da atual gestão.
