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Momento em que Isaac Alcolumbre chega a sede da PF. O ex-deputado é primo do senador Davi Alcolumbre, os dois pertencem a uma das famílias mais ricas e poderosas do estado do Amapá. Foto: Edson Ribeiro
Isaac Alcolumbre, 53 anos, ex-deputado e primo de Davi Alcolumbre, foi preso pela Polícia Federal (PF) no dia 20 de outubro depois que a investigação denominada Vikare revelou que ele é dono de um aeródromo que servia de base para aeronaves que transportavam drogas entre países da América do Sul.
A família dos parlamentares é uma das mais poderosas do estado do Amapá. São donos de fazendas e empresas de diversos ramos, situação que faz com que o clã domine há décadas o cenário político no estado. A mulher de Isaac, Vânia Alcolumbre, exerce o cargo de assistente parlamentar pleno no escritório do senador Davi Alcolumbre em Macapá.
Quando se candidatou pela última vez, em 2014, Isaac declarou um patrimônio avaliado em R$ 2,3 milhões, entre bens, propriedades, veículos e participações em empresas
O aeródromo do qual Isaac é dono fica localizado a 12 quilômetros da área urbana de Macapá, capital do Amapá. O pequeno aeroporto servia de base para que fossem feitas manutenções e abastecimentos nas aeronaves que vinham principalmente da Colômbia e Venezuela. Após a parada, os pequenos aviões seguiam para distribuírem drogas e armas em outros estados do Brasil.
O pequeno aeroporto servia de base para o tráfico internacional de drogas. Foto: Polícia Federal
Além de oferecer o apoio logístico, a pista de pouso contava ainda com um sofisticado serviço de manutenção com fornecimento de mecânicos, pilotos e operadores financeiros.
A PF também informou que: “O local também foi utilizado como ponto de apoio para realização dos preparativos da aeronave de modo a deixá-la em condições para voar com autonomia para longas distâncias, como retirada de bancos, fornecimento de combustível em carotes, o que é proibido, e assim trazer a maior quantidade de drogas possível”.
A investigação também descobriu que a organização criminosa mantinha empresas de fachadas em diversos estados do país para lavar o dinheiro obtido com o tráfico de drogas.
Uma dessas empresas atua no ramo de cosméticos e fica localizada na cidade de Sorocaba, em São Paulo. A dona, uma colombiana, é acusada de usar produtos químicos da empresa para o refino das drogas.
Crimes como tráfico internacional de drogas, organização criminosa e lavagem de dinheiro podem ser atribuídos aos investigados, com penas que chegam a 51 anos de prisão.
Carros de luxo foram apreendidos no aeródromo de Isaac Alcolumbre. Foto: Polícia Federal