O presidente russo Vladimir Putin revelou ontem (13/3) algumas das condições que julga necessárias para atingir um acordo de cessar-fogo com a Ucrânia, dentre elas o reconhecimento dos territórios anexados durante a guerra de agressão como regiões russas e que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) não aceite a Ucrânia na organização. 602bn
Além dessas condições, Putin também disse que a Ucrânia não deve receber tropas de paz e questionou sobre o envio de armas para o país agredido durante a trégua, sobre o monitoramento do cessar-fogo ao longo de 2 mil quilômetros (km) de fronteira e sobre a situação na região de Kursk, onde os russos estão cercando os ucranianos. Putin quer evitar que o cessar-fogo seja usado pela Ucrânia como um tempo para se reorganizar para uma nova investida.
O presidente russo conversou ontem com o representante ianque Steve Witkoff, em uma conversa que foi descrita por Donald Trump como “muito produtiva”. “Nós tivemos discussões muito boas e produtivas com o presidente Vladimir Putin da Rússia ontem, e há uma chance muito boa de que essa guerra horrível e sangrenta finalmente chegue ao fim”, escreveu Trump na rede Truth Social.
São todos sinais que apontam para a grande possibilidade de o acordo se concretizar. As negociações também confirmam a análise de AND de que Zelensky, ao entregar a defesa nacional ucraniana para o imperialismo ianque em troca das armas da Otan, concedeu aos ianques também a própria soberania nacional do País – agora negociada com os russos para que a guerra chegue ao fim e o imperialismo norte-americano possa concentrar seu aparato orçamentário e militar na Ásia, na contenção do social-imperialismo chinês.
Há, contudo, alguns pontos sensíveis a serem resolvidos, como a própria questão do território. Outros pontos são:
- O desarmamento. A Rússia quer um acordo que garanta que a Ucrânia não tenha capacidades de voltar a atacar o país, o que é negado pela Ucrânia. Os ianques propam uma “zona tampão” que não permita ataques à Rússia – o que, apesar de ser uma repartilha malévola aos interesses nacionais ucranianos, atende os interesses do EUA, que querem usar a Ucrânia como parte do “cinturão anti-mísseis” contra a Rússia.
- Forças de paz. A Ucrânia quer uma força de paz liderada pelas potências imperialistas da Europa para manter a “segurança do País”. Esse é mais um o do lacaio Volodymyr Zelensky na entrega total do país aos imperialistas para se “proteger da Rússia”, visto que as “forças de paz” são, na verdade, uma camuflagem para a ocupação.
- Crianças na Rússia. A Rússia diz que abrigou cerca de 700 mil crianças de territórios ocupados por “razões humanitárias” e a Ucrânia diz que quer todas de volta. Os ianques propam que as crianças sejam repatriadas para as zonas ocupadas, mesmo que identificadas como russas.
- Reparação de guerra. A Ucrânia quer que a Rússia pague 500 bilhões de dólares pela reparação, e a Rússia quer que o lucro de suas reservas congeladas inclua os territórios anexados. O EUA propõem que as reservas russas sejam usadas e fundidas com os lucros do acordo de exploração mineral entre o imperialismo ianque e a Ucrânia – de modo que a Ucrânia estará pagando pela reparação.
A entrada da Ucrânia na Otan já é um tema resolvido. Donald Trump afirmou no dia 14/3 que a adesão de Kiev à aliança militar já foi descartada pelo secretário-geral da entidade, Mark Rutte.