O governo fascista de Bolsonaro e generais liberou o certificado de fazendas dentro de terras indígenas, mas a medida, até 17 de abril de 2023, ainda estava em vigor e espoliando as tribos de vários pontos do país. 3g2420
Enquanto esperavam uma decisão do governo Lula, os índios brasileiros viram 30 fazendas serem instaladas dentro de suas áreas.
Um levantamento inédito feito pela Agência Pública, de jornalismo investigativo, revelou que só nos meses iniciais deste ano, essas criminosas propriedades ocuparam cerca de 9 mil hectares de áreas indígenas. Ou seja, aproximadamente o tamanho do município de Vitória, capital do Espírito Santo.
A certificação é o nome dado ao registro dessas terras no Inst. Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). É uma etapa para incluir um imóvel em cartório, a fim de obter financiamento rural, etc.
Uma guerra 604e4o
A maior parte do avanço das fazendas para dentro de terras indígenas foi no Mato Grosso do Sul. Ali o latifúndio ataca principalmente os povos Terena e os Guarani e Kaiowá. Mas estes tem se defendido, reagido e realizado algumas retomadas vitoriosas.
A situação é semelhante a uma guerra e, por isso, o Estado do MS já foi apelidado de “Faixa de Gaza Brasileira”.
Militares deliram: os Yanomami não existem 28375n
Em fevereiro ado a BBC News Brasil soltou a seguinte reportagem, realizada por Mariana Alvim:
“Publicado pelo Exército, livro que diz que yanomamis não existem inspirou políticas que levaram a crise humanitária”.
Apresentamos a seguir um resumo adaptado da mesma:
Em 1995, a editora da Biblioteca do Exército publicou 3.000 exemplares de ‘A Farsa Ianomâmi’.
Em meio à crise humanitária que atinge os indígenas yanomami, textos com teorias conspiratórias sobre esse povo voltaram a ser lidos em blogs e compartilhados nas redes sociais.
Em comum, eles reproduzem citações e argumentos de um livro publicado em 1995 pela editora da Biblioteca do Exército e escrito pelo falecido coronel Carlos Alberto Lima Menna Barreto.
Com acusações não comprovadas e um conjunto de documentos controversos, A Farsa Ianomâmi insinua, em linhas gerais, que um povo identificado como yanomami não existia antes que a fotógrafa Claudia Andujar e organizações internacionais com interesses na Amazônia o inventassem para, com isso, se beneficiarem da demarcação da terra indígena.
“Escutei o discurso e lembrei do livro” 1y4j6m
Dois especialistas entrevistados pela BBC Brasil apontam que a relação entre o livro e a política conduzida pelo ex-presidente Jair Bolsonaro em seus 4 anos de governo é maior (do que se pensa).
“Com certeza esse livro ressoa ao longo do governo Bolsonaro. Inclusive,comecei a estudar esse livro a partir do discurso do Bolsonaro em 2019 na ONU. Quando eu escutei aquela fala, lembrei do livro, que eu tinha lido por curiosidade. A fala tinha total correspondência com o livro”, diz o historiador João Pedro Garcez, que teve A Farsa Ianomâmi como um de seus objetos de estudo no mestrado na Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Não se sabe se Bolsonaro leu o livro ou não, mas o que Garcez e outro entrevistado, o geógrafo francês François-Michel Le Tourneau, afirmam é que o livro simboliza as posições do ex-presidente e aliados acerca dos indígenas e da Amazônia.
Governo Bolsonaro foi marcado pela defesa da mineração em terras indígenas e pela não demarcação de áreas protegidas para esses povos
Menna Barreto se apresenta, logo no início de sua obra, como um “gaúcho natural de P.Alegre, oriundo de tradicional família de militares”. Foi em 1968 que, segundo o próprio, “travou os primeiros contatos com a Amazônia, que a partir dessa data o seduziu”.
Contra a reserva e a favor do garimpo 4z5g5i
Em Roraima, Menna Barreto atuou como primeiro comandante do 2º Batalhão Especial de Fronteira e do Comando de Fronteira e, após ir para a reserva, foi secretário de Segurança do Estado.
Nas páginas finais, o coronel propôs algumas ações. A primeira recomendação era a anulação da criação da reserva yanomami (homologada em 1992) por conta das “fraudes” que o militar disse ter apresentado no livro. Uma segunda proposta consistia em “regulamentar a exploração do ouro, do diamante e de outros minérios por pessoas físicas e empresas”.
(…)Essas bandeiras lembram posições de Jair Bolsonaro.