Cerca de duzentos camelôs e ambulantes se reuniram no final da manhã da segunda-feira (26/05) em manifestação massiva em frente ao Copacabana Palace, bairro de Copacabana, contra o decreto nº 56072, que determina novas regras para o comércio e convivência nas orlas da cidade. i4k6t
O decreto nº 56072 foi publicado no último 16 de maio e, segundo a prefeitura, teria como objetivo a proibição, em toda a orla marítima, de qualquer atividade que viole o ordenamento urbano e o uso do espaço público englobando os calçadões com sua faixa de areia, quiosques e barracas de praia.
Na prática, este decreto visa excluir e criminalizar os trabalhadores informais que, esquecidos pelo velho Estado, se submetem a jornadas de trabalho árduas e longínquas na busca de conseguir o sustento para eles e suas famílias. O emprego no Brasil é cada vez mais escasso com o desemprego crescendo no primeiro trimestre de 2025 em relação ao mesmo período de 2024 conforme noticiado por AND.
A manifestação teve início às 11h da manhã e se concentrou em frente ao Copacabana Palace, fechando duas faixas da Avenida Atlântica. Reivindicando seu direito ao trabalho, os camelôs erguiam faixas e cartazes com as frases “Queremos nosso direito de trabalhar”, “Camelô é trabalhador, só queremos trabalhar” e “Trabalhar não é crime, camelô não é bandido”, além de entoar cantos como “Queremos trabalhar”, “O povo unido jamais será vencido” e “Ão, Ão, Ão, Camelô não é ladrão!”.
Os manifestantes se dirigiam em direção a Ipanema quando a polícia militar tentou intimidá-los para que desobstruisem as vias, porém os camelôs se mostraram irredutíveis e continuaram com seu protesto até o destino.
O trabalhador senegalês Ngange Mbaye, foi lembrado pelas massas, através de um cartaz que pedia justiça para este que foi brutalmente assassinado pela polícia militar de São Paulo.
Diversos manifestantes exprimiram seu sentimento de insegurança aos correspondentes locais do AND, denunciando a truculência da polícia e da guarda municipal contra o comércio ambulante, responsáveis pelo confisco de mercadorias e deixando os trabalhadores sem poder buscar seu sustento.
Uma manifestante denunciou a falta de empregos para os ex-presidiários criticando a política do prefeito reacionário Eduardo Paes: “Quantos ex-presidiários você bota na sua empresa, Eduardo Paes? E você não quer deixar a gente trabalhar. Sabe por quê? Porque você quer que a gente vire bandido. Mas eu vou te falar, nós não vamos virar bandidos porque o bandido está aí na Câmara dos Vereadores!”.
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Na terça-feira (28), os camelôs se manifestaram em frente à Câmara Municipal do Rio de Janeiro e adentraram a dita “casa do povo” segurando cartazes e faixas como “Vivemos no país da democracia, mas a voz do Estado que prevalece” e sob cânticos de “Queremos trabalhar!” para protestar na sessão que estava acontecendo na manhã deste dia.