O ex-candidato à presidente da Venezuela derrotado no pleito, Edmundo González, afirmou que vai retornar ao país amanhã (10/1) para tomar posse no lugar de Maduro, como parte de uma articulação golpista e intervencionista pró-Estados Unidos (EUA). González disse ter reunido “apoio internacional” e fez uma convocação direta aos militares venezuelanos, que não atenderam os apelos golpistas. 50686i
Em resposta, o presidente venezuelano Nicolás Maduro prendeu mercenários de vários países na Venezuela e distribuiu fuzis aos milicianos bolivarianos.
Revelando que se trata de uma verdadeira articulação, setores reacionários da Venezuela convocaram manifestações para hoje (9/1) com o mesmo tom defendido por González. Uma das promotoras dos protestos é Maria Corina Machado, liderança do setor pró-ianque. Ela teve os direitos cassados antes das eleições venezuelanas no ano ado. Meses depois, em dezembro, ela instou o Estados Unidos a intervir na Venezuela.
“Acredito que o governo do Estados Unidos tem que adotar uma abordagem mais firme na transmissão destas mensagens (a Maduro)”, disse ela. “Porque é agora e não em janeiro, que Maduro deve receber uma mensagem inequívoca de que o seu tempo acabou e que, para seu próprio bem, eles têm que aceitar os termos desta negociação.”
Ordem de prisão contra González h4p37
O escolhido pelos ianques para representar a “oposição” é Edmundo González. Ele foi, segundo o governo venezuelano, derrotado nas urnas, mas a oposição insiste que venceu o pleito.
O ministro do Interior da Venezuela, Diosdado Cabello, afirmou que González será preso assim que colocar os pés na Venezuela.
Gonzalez reuniu nove ex-presidentes latinoamericanos (todos com gestões marcadas pelo servilismo ao Estados Unidos) para acompanhá-lo na empreitada intervencionista. São eles: os mexicanos Vicente Fox (presidente entre 2000 e 2006) e Felipe Calderón (2006-2012), o boliviano Jorge Quiroga (2001-2002), o equatoriano Jamil Mahuad (1998-2000), a costa riquenha Laura Chinchilla (2010-2025), o paraguaio Mario Benitez (2018-2023) e os panamenses Ernesto Balladares (1994-1999) e Mireya Moscoso (1999-2004).
Antes de se reunir com os presidentes latinoamericanos, González visitou o mandatário ianque Joseph Biden no Estados Unidos.
Prisão de mercenários z341u
O plano da oposição envolve o uso de mercenários, segundo o governo venezuelano. Sete deles foram presos no dia 7/1 pelos agentes de Maduro. “Capturamos sete mercenários estrangeiros, incluindo dois importantes mercenários do Estados Unidos. Vinham para desenvolver ações terroristas contra a paz”, disse Maduro.
“Dois pistoleiros colombianos capturados”, continuou ele. “E três mercenários que vinham da guerra da Ucrânia para trazer violência ao país”.
Somente entre novembro de dezembro de 2024, Maduro anunciou a detenção de 125 mercenários. Segundo ele, a primeira missão dos soldados da fortuna era atacar a vice-presidente e ministra de Petróleo e Gás Delcy Rodríguez e depois atacar outros “líderes da revolução bolivariana”, realizar “atos terroristas” e cumprir “tarefas específicas de ataque ao serviço público”.
Distribuição de fuzis 4x3r6f
Como parte dos esforços de combate ao intervencionismo, Maduro distribuiu, no dia 7/1, fuzis de assalto do modelo Kalashnikov a civis integrantes da Milícia Bolivariana, uma força auxiliar das Forças Armadas Bolivarianas.
Além da distribuição de armas, Maduro ativou o Órgão de Defesa Integral da Venezuela (ODI), composto por “todo o poder político da Veneuzlea, o poder popular, a Força Armada Nacional Bolivariana, a Milícia Nacional Bolivariana como componente especial e todas as forças policiais”.
Conivência com ianques 281952
O governo brasileiro evita polarizar com os ianques e tomar lado firme ao lado de Maduro. Assim será a postura na posse do presidente venezuelano, na qual o Brasil estará presente somente através da representante diplomática em Caracas.
O presidente colombiano de falsa esquerda, Gustavo Petro, também não vai participar da diplomação. “As últimas eleições na Venezuela não foram livres”, disse ele.
Ambos os países têm, junto com o Chile de Gabriel Boric, evitado a defesa de Nicolás Maduro. O Brasil não chegou nem a reconhecer a vitória eleitoral do chefe do regime.
Na época das eleições, Luiz Inácio tomou posição contra Maduro e, consequentemente, favorável ao Estados Unidos (EUA). O regime venezuelano disse que as notas do Itamaraty pareciam ditadas “pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos”.