Grande democrata indiano GN Saibaba morre por condições impostas no tempo de prisão 1y2v6n

Não há dúvidas que as condições impostas pelo Estado indiano ao professor, que tinha mais de 90% do corpo paralisado, desde a sua primeira prisão em 2014 e sucessivas agens pelo cárcere, foram planejadas como um plano para ass Saibaba.

Grande democrata indiano GN Saibaba morre por condições impostas no tempo de prisão 1y2v6n

Não há dúvidas que as condições impostas pelo Estado indiano ao professor, que tinha mais de 90% do corpo paralisado, desde a sua primeira prisão em 2014 e sucessivas agens pelo cárcere, foram planejadas como um plano para ass Saibaba.

O professor universitário e presidente da Frente Democrática Revolucionária (FDR), Gokarakonda Naga Saibaba (GN Saibaba) morreu nesta madrugada, aos 57 anos, em derivações de complicações da doença que portava e que se agravavam no encarceramento de longo prazo e sem condições mínimas de saúde nas prisões indianas. al6r

Assassinato a longo prazo 5f2o5p

Não há dúvidas que as condições impostas pelo Estado indiano ao professor, que tinha mais de 90% do corpo paralisado, desde a sua primeira prisão em 2014 e sucessivas agens pelo cárcere, foram planejadas como um plano para ass Saibaba.

A morte do professor ocorreu 7 meses depois que ele foi solto junto de outros cinco acusados de “conexões com o maoismo” em um caso fabricado pelo Estado indiano para criminalizar aqueles que lutam em defesa do povo.

Na conferência de imprensa que deu logo após a prisão, enfrentando as fortes dores para conseguir falar com a imprensa e o povo, Saibaba denunciou que ““Fiquei preso em uma prisão que tem capacidade para 1.500 presos, mas 3.000 pessoas estavam alojadas lá em condições precárias. Não havia sequer uma única rampa na prisão para pessoas como eu”.

 “Em vez de ir para o hospital, optei por falar hoje com a imprensa porque vocês me apoiaram. Minha família enfrentou estigma e fui chamado de terrorista… Estou sentado na frente de vocês hoje para conversar com todos vocês com muitas dores no corpo. Não consigo falar direito nem estou em posição de sentar aqui”, completou ele.

O caso de Saibaba, denunciado amplamente por ativistas progressistas, democratas e revolucionários de todo o mundo em campanhas internacionais, chegou até mesmo a ser alvo de investigações da autointitulada Organização das Nações Unidas (ONU). Apesar das investigações, o organismo nunca tomou medidas concretas para proteger a vida e a saúde do professor.

Na ocasião de sua liberdade, ativistas indianos também denunciaram que a decisão tardia do Supremo Tribunal de Bombain, que deu a liberdade a Saibaba, impediria a recuperação total do professor – o que dá ainda mais peso para as hipóteses de assassinato a longo prazo.

Defensor intransigente das liberdades democráticas 60125v

Mesmo nas difíceis condições impostas pela perseguição, Saibaba nunca deixou de defender o povo indiano, um motivo que o moveu durante grande parte da vida.

Presidente da FDR por anos, Saibaba defendeu os povos tribais da Índia, ameaçados e perseguidos pelo Estado indiano e grandes mineradoras latifundiárias e imperialistas, desde a década de 1990.

Saibaba também denunciou de forma irrefreável as ações das forças da repressão contra o povo e as políticas antipovo e de castas na Índia.

Por três anos, entre 2009 e 2012, prestou um papel fundamental na reunião de democratas no Fórum Contra a Guerra ao Povo. Nele, Saibaba denunciou a Operação Caçada Verde, que, sob o pretexto de perseguir a Revolução Indiana dirigida pelo Partido Comunista da Índia (Maoista), cometeu inúmeros crimes contra os revolucionários e massas da Índia.

Nesse período, Saibaba participou de vários eventos internacionais para condenar a guerra contra o povo e defender a Revolução Indiana.

Foi justamente por conta dessas atividades, que feriram os interesses sanguessugas das castas dominantes e dos imperialistas na Índia, que a perseguição contra Saibaba endureceu. Em 2012, o professor foi ameaçado de despejo da universidade em que trabalhava. A tentativa foi impedida por uma grande campanha internacional de personalidades democráticas e, inclusive, do meio acadêmico.

Em setembro de 2013, porém, o Estado indiano, a serviço das classes dominantes, invadiu a casa de Saibaba, o arrancou de suas cadeiras de rodas e o prendeu. A acusação foi de que o professor (que já sofria um quadro de paralisia), havia cometido um roubo em Maharashtra. Ele acabou solto.

Foi o início da longa trajetória de novas prisões contra o professor. Em março, quando o AND noticiou a liberdade de Saibaba, nossa tribuna traçou a trajetória da luta de Saibaba por liberdade.

“Em 2014, o Dr. Saibaba foi sequestrado clandestinamente de dentro da Universidade de Delhi e, na sequência, preso arbitrariamente sob a fascista “Lei de Prevenção de Atividades Ilegais”, após tomar parte nas campanhas de defesa dos direitos do povo, já sendo acusado de ligação com os maoístas. Ele era também ativo na luta pela libertação dos presos políticos indianos e na defesa da luta camponesa contra a instalação de multinacionais na Índia Central e Oriental. Professores e ativistas da Universidade de Delhi denunciaram no mesmo dia do sequestro a perseguição contra Saibaba. Ramdev, irmão do Dr. Saibaba, denunciou o isolamento que lhe fora imposto, afirmando ainda que os carcereiros não lhe entregavam os medicamentos utilizados desde que sofrera uma parada cardíaca, claro ato de tortura.”

“Em 3 de julho de 2015, a Alta Corte de Bombaim concedeu à Saibaba três meses de liberdade mediante pagamento de fiança após seguidas denúncias da deterioração da sua saúde na prisão. Em entrevista concedida na ocasião, ele questionou: “Por que o governo tem medo de mim? Eu sou 90% paralisado? Este Estado acha que uma pessoa que tem a coragem de se aproximar, ver e descrever a realidade é uma ameaça”. O professor também seguiu em sua defesa da legitimidade da luta revolucionária e condenando o velho Estado indiano pela violência desatada contra o povo, bem como denunciou as próprias condições de sua prisão e as violências sofridas em seu tempo no cárcere.”

“Em dezembro do mesmo ano, a Suprema Corte de Bombaim cancelou a fiança do professor, prendendo-o no natal. Sob renovadas tentativas de assassinato silencioso, Saibaba denunciou, em 2016, em carta ao ao principal juiz do distrito de Gadchiroli que não estava recebendo tratamento para o grave ferimento em seu ombro esquerdo adquirido na prisão e que isto agravava o perigo de perder o movimento de sua mão esquerda. Na época, pediu ao juiz para que fosse encaminhado imediatamente para o tratamento e requisitou instalações mínimas e ajudantes para tarefas diárias como banho, uso do sanitário, deslocamento, alimentação entre outras adaptações adequadas a sua condição.”

“Em 4 de abril de 2016, Saibaba foi libertado sob fiança novamente, sendo, porém, condenado à prisão perpétua em março de 2017. Em carta escrita da prisão à sua esposa, Saibaba afirmava:” 

“‘Eu não tenho um cobertor. Eu não tenho um suéter ou jaqueta. À medida que a temperatura diminui, as dores excruciantes e contínuas nas pernas e na mão esquerda aumentam. É impossível para mim sobreviver aqui durante o inverno que começa a partir de novembro. Eu moro aqui como um animal nos últimos suspiros’.” 

“Em 17 de dezembro de 2018, como forma de continuar o seu plano de assassinato silencioso, o velho Estado indiano acusou também os médicos de Saibaba (o geriatra Dr. Haji Bhatti, o neurologista Dr. Prasad e o cardiologista Dr. Gopinath) de serem “simpatizantes do maoísmo” por atestarem o grave estado de saúde em que se encontrava o professor. No dia 21 de outubro de 2020, Saibaba iniciou uma greve de fome para protestar contra sua prisão e as condições em que era mantido.”

“Foi em 2022 que uma primeira absolvição foi concedida à Saibaba, pelo Tribunal Superior de Mumbai. O Supremo Tribunal Indiano decidiu, porém, de última hora, suspender a decisão, que havia se dado após um mês de campanhas internacionais em defesa da liberdade, da vida e da saúde do professor.  A Agência Nacional de Investigação (ANI) da Índia denunciou ao Supremo Tribunal que a acusação contra o prisioneiro era “muito grave” e que as irregularidades processuais (como a forja de “provas” pelas autoridades) não eram suficientes para “justificar a absolvição”. O protesto de seus estudantes na Universidade de Delhi contra a decisão reacionária foi duramente reprimido.”

Foi durante esse longo período que Saibaba escreveu um conjunto de poemas sobre seu tempo no cárcere e a luta das massas. Defendeu, em um deles, como um recado para a própria mãe, que “a liberdade que perdi / é a liberdade que multidões ganharam / porque todo aquele que toma parte por mim / toma para si a causa dos desgraçados da terra / onde minha liberdade hoje repousa”.

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
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