Trabalhadores de aplicativo vêm das camadas mais pobres e são mais explorados, revela pesquisa 1s4s4t

Pesquisa do IBGE revelou dados alarmantes sobre os trabalhadores de aplicativo que apontam para as precárias condições de trabalho.
Aquilo que os trabalhadores de aplicativo têm denunciado em suas greves e paralisações está agora confirmado por pesquisa do IBGE. Foto: Pedro Caldas/Jornalistas Livres

Trabalhadores de aplicativo vêm das camadas mais pobres e são mais explorados, revela pesquisa 1s4s4t

Pesquisa do IBGE revelou dados alarmantes sobre os trabalhadores de aplicativo que apontam para as precárias condições de trabalho.

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Uma pesquisa revelada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelou dados alarmantes sobre a situação dos trabalhadores de aplicativo (motoristas e entregadores), apontando para as precárias condições de trabalho às quais esses trabalhadores estão submetidos no Brasil. 

Revelou-se, que, em média, esse setor do proletariado e semi-proletariado trabalha 46 horas por semana, que contrasta com a média de 39,5 horas por semana da jornada da média dos trabalhadores em geral, empregados em outros setores. Além disso, a pesquisa revela também que os trabalhadores de aplicativo ganham menos por hora trabalhada. Enquanto em média, os trabalhadores brasileiros em geral recebem R$ 14,60 por hora trabalhada, os trabalhadores de aplicativo recebem R$ 13,30.

Falsa autonomia

Apesar de, na propaganda, os aplicativos como Uber, Ifood, Rappi, etc, se apresentarem como uma possibilidade de renda extra para pessoas que já trabalham, na prática a grande maioria dos que trabalham para esses aplicativos o têm como única fonte de renda. De acordo com o levantamento, os que vivem unicamente do trabalho em aplicativo somam 2,1 milhões de pessoas no Brasil.

A pesquisa revela ainda o quão falsa é a suposta “autonomia” oferecida por esse regime de trabalho, alavancado sobre o desemprego brutal das massas populares que arrasta milhões de trabalhadores à informalidade: 63,2% dos trabalhadores de aplicativo afirmaram que escolhem seus horários de trabalho de acordo com incentivos, bônus e promoções, e 42,3% disseram que escolhem por razões de ameaças de punições ou bloqueios por parte da própria plataforma.

As ameaças de punições são um fator particularmente desesperador para esses trabalhadores. Primeiro porque a maior parte dos trabalhadores têm o aplicativo como única fonte de renda. Além disso, uma simples nota baixa pode significar menor remuneração e menor oferta de corridas para os entregadores e motoristas de aplicativo – esta é uma situação constantemente denunciada pelos entregadores.

Quem são os trabalhadores de aplicativo?

Ainda segundo a pesquisa, a maioria dos trabalhadores possui ensino médio completo ou até mesmo superior incompleto (ambos somam 61,3%). Sobre o perfil dos entregadores e motoristas, exposto pela pesquisa, os dados revelam que a maioria dos que trabalham nesses aplicativos são homens, entre 29 e 35 anos.

Os dados são reveladores sobre o nível e a amplitude em que se chegou a crise e o desemprego no País, onde nem mesmo o estudo a nível médio significa uma garantia de emprego que não seja em níveis de exploração muito acima da média.

Está expresso aí que são em maioria as massas mais profundas da juventude, que enfrentam o agravamento do desemprego nos últimos anos, dada a aguda crise econômica que se aprofunda no país. 

Esses que são obrigados a enfrentar o regime imposto pelas plataformas que não oferecem segurança alguma. O entregador ou motorista se responsabiliza pelos danos de seu próprio carro, moto ou bicicleta, se responsabiliza por eventuais acidentes de trabalho, podendo inclusive serem punidos se ocorre algo do tipo. Além disso, aponta-se também a vulnerabilidade a que esses trabalhadores estão submetidos no que diz respeito à previdência. Apenas 37,5% destes contribuem para a Previdência e contam com essa proteção social, contra 61,3% dos trabalhadores do mercado de trabalho formal que contribuem.

O que a pesquisa confirma é que de fato, grande parte do proletariado e semi-proletariado urbano, diante do crescente desemprego decorrente da crise do capitalismo burocrático no país, incorpora-se cada vez mais nos trabalhos oferecidos pelos aplicativos, como entregadores e motoristas. A tendência é que o peso dessa superexploração faça crescer, cada vez mais, a consciência de que é necessária a mobilização e organização dessa categoria para exigir seus mínimos direitos.

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