SP: Tarcísio de Freitas homenageia Erasmo Dias, coronel responsável por repressão no regime militar fascista 1j112

O governador do estado de São Paulo (SP), Tarcísio de Freitas, sancionou, no dia 28 de agosto, uma lei em "homenagem" ao militar responsável pela Secretaria de Segurança Pública do estado durante o regime militar fascista, o coronel Erasmo Dias.
Erasmo dias, genocida do povo. Foto: Arquivo/AE
Erasmo dias, genocida do povo. Foto: Arquivo/AE
Erasmo dias, genocida do povo. Foto: Arquivo/AE

SP: Tarcísio de Freitas homenageia Erasmo Dias, coronel responsável por repressão no regime militar fascista 1j112

O governador do estado de São Paulo (SP), Tarcísio de Freitas, sancionou, no dia 28 de agosto, uma lei em "homenagem" ao militar responsável pela Secretaria de Segurança Pública do estado durante o regime militar fascista, o coronel Erasmo Dias.

O governador do estado de São Paulo (SP), Tarcísio de Freitas, sancionou, no dia 28 de agosto, uma lei em “homenagem” ao militar responsável pela Secretaria de Segurança Pública do estado durante o regime militar fascista, o coronel Erasmo Dias. A “homenagem” deu seu nome a duas rodovias em Paraguaçu Paulista, cidade natal do militar reacionário. A lei já havia sido aprovada pela assembleia legislativa do estado. 3h4w2n

Erasmo Dias foi secretário de Segurança Pública em São Paulo entre os anos de 1974 a 1979. Durante esses anos, comandou episódios macabros de assassinatos, execuções, torturas e ataques aos direitos democráticos. Foi sob seu comando que foi executada a Chacina da Lapa, quando tropas do Exército cercaram e fuzilaram uma casa onde estavam reunidos os dirigentes comunistas Pedro Pomar e Ângelo Arroyo, este último recém retornado da Guerrilha do Araguaia. A operação foi responsável ainda por capturar e torturar, antes da chegada de Pomar e Arroyo, o militante histórico João Baptista Drummond e outros militantes do então revolucionário PCdoB.

Após a execução e tortura, Dias coordenou ainda a manipulação da cena. Drummond, que morreu sob torturas no Doi-Coidi, foi registrado como atropelado. 

Além do grave massacre, foi Erasmo Dias quem coordenou eventos como a invasão da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de SP no ano de 1977 pela Polícia Militar e tropa de choque. A universidade sediava o III Encontro Nacional de Estudantes, realizado de forma clandestina e com os objetivos de reorganizar a União Nacional dos Estudantes (UNE), organização à época combativa e perseguida pelo regime militar fascista desde 1968. 

Centenas de estudantes foram pisoteados, espancados ou queimados na invasão, que contou com lançamento de bombas de gás e spray de pimenta. Ao final, cerca de 900 estudantes foram levados presos ao Batalhão Tobias de Aguiar ou ao Dops. Dos estudantes detidos, 92 foram fichados no Dops (Departamento Estadual de Ordem Política e Social de São Paulo) e 42 foram processados sob a Lei de Segurança Nacional. Na época, um decreto de Ernesto Geisel proibia manifestações e organizações estudantis em qualquer lugar, inclusive nas universidades. 

Ainda como parte da série de crimes brutais coordenados por Dias, estão as execuções sumárias realizadas por PMs das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota). Os casos ganharam repercussão após as investigações do jornalista progressista Caco Barcellos, e pela mobilização massiva realizada por parte dos familiares das vítimas. No fim de sua carreira, o reacionário Dias chegou a ter um áudio divulgado em que debochava e ria das vítimas assassinadas pela Rota e itia a manipulação de cena, com armas plantadas junto às vítimas para justificar as execuções. 

Além disso, trabalhou lado a lado com o genocida Sérgio Fleury, delegado do Departamento de Ordem Política e Social (DOPS), na repressão à luta popular. Antes de ser secretário, comandou, ainda, uma operação fracassada de cerco a Carlos Lamarca e, depois, seguiu como deputado estadual até sua morte.

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Apesar das décadas adas, o legado de Dias voltado à repressão popular continua vivo no reacionário governo paulista. O momento em que o militar reacionário Erasmo Dias é homenageado é o mesmo em que, no estado de SP, a Rota realiza mais uma chacina no interior do estado, responsável por ceifar a vida de 22 trabalhadores pobres e moradores de favela na cidade do Guarujá.

Assim como a homenagem a Dias, a chacina foi aplaudida pelo ultrarreacionário Tarcísio de Freitas, que afirmou que estava “extremamente satisfeito”.

A nomeação da rodovia com o nome de Erasmo Dias é o escancaramento da continuação da política de repressão e genocídio contra o povo mantida pelo velho Estado brasileiro. A homenagem se torna um escárnio maior ainda no atual no cenário de tutela militar escancarada sobre o governo e demais instituições do velho Estado brasileiro. Nesse grave cenário de tutela, as forças políticas da velha democracia se acovardam diante das Forças Armadas e aceitam (ou até estimulam, dependendo do nível de reacionarismo) a conciliação com a extrema-direita. 

Em contraposição, a luta popular se mantém como único caminho para enterrar de vez o regime militar fascista e suas heranças e barrar o monte de lixo reacionário sobre o povo e a Nação.

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
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