A Direção Peruana contra o Terrorismo (Dircote), impôs uma ação jurídica contra um camponês equatoriano acusando-o de “apologia ao terrorismo”. O camponês equatoriano é morador de uma comunidade indígena de Imbabura. 43692t
Segundo a Dircote, por ter publicado em suas redes sociais declarações e cartazes em apoio à Guerra Popular no Peru e em homenagem ao Presidente Gonzalo, após o seu falecimento, o camponês estaria cometendo um crime. O camponês nunca sequer pisara em solo peruano.
A Dircote, por sua vez, notavelmente esteve envolvida em execuções extrajudiciais e desaparecimentos de pessoas. Segundo denúncias confirmadas pela própria “Comissão da Verdade e Reconciliação” do Peru, a Dircote realizou ataques sangrentos contra as massas peruanas para culpar o Partido Comunista do Peru (P).
Dircote do Peru atropela a lei
De acordo com denúncias de ativistas revolucionário equatorianos, a Dircote transgrediu os princípios mais elementares do direito internacional. Ignorando a natureza territorial de suas leis, sem qualquer procedimento legal, está movendo ação contra um cidadão que não cometeu nenhum crime em território peruano ou equatoriano. A denúncia está disponível no portal da Frente de Defesa de Lutas do Povo, Equador (FDLP).
No Equador, a chamada “apologia ao terrorismo” não é tipificada ou criminalizada. Mas com o apoio extrajudicial do governo de turno do atual presidente do Equador, Guillermo Lasso, da polícia nacional e da chancelaria, está em curso ataques contra um simpatizante das lutas dos povos oprimidos.
Solidariedade militante com o camponês perseguido
Os revolucionários equatorianos afirmaram que estão em “solidariedade militante com o companheiro camponês”. Além disso, condenam o governo de turno de Lasso e os funcionários do Ministério das Relações Exteriores que, na qualidade de “garotos de recados do imperialismo, se prestam a esta ilegalidade”.
A FDLP afirma que se trata de uma clara demonstração de querer intimidar e restringir o apoio internacional de uma das revoluções mais significativas para o proletariado internacional após a revolução cultural na China, a revolução de Nova Democracia no Peru.
A Frente ressalta ainda, que isso acontece quando na presidência do Peru há um contrarrevolucionário e rondero (referência às rondas camponesas) como Pedro Castillo, que busca “instrumentalizar a Dircote para neutralizar o apoio que a guerra popular tem no Peru, os camaradas do P e o reconhecimento mundial do Presidente Gonzalo e seu pensamento todo-poderoso, uma arma imbatível que o proletariado internacional já possui”.
Eles demarcam que reivindicam e defendem o direito das classes oprimidas de colocar em prática o internacionalismo proletário. E também o direito dos povos de levantar suas bandeiras de libertação, de se rebelar e de lutar incansavelmente pela conquista do poder.
O que acontece em Imbabura?
A comunidade camponesa indígena de Imbabura trava, atualmente, uma grande luta contra uma mineradora imperialista, a mineradora Hanrine. Os camponeses defendem suas terras e seu meio de viver e trabalhar: a agricultura.
Contra a luta dos camponeses, o velho Estado em defesa dos interesses do imperialismo enviou contingentes de policiais para reprimir os camponeses. As forças reacionárias no local, em conluio, desenvolveram também grupos paramilitares para atacar os camponeses.
É nesse contexto que um camponês da comunidade é processado por “apologia ao terrorismo” por homenagear o grande Chefe do Movimento Comunista Internacional, o Presidente Gonzalo, diante de seu falecimento.
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