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Ambulantes enfrentam repressão da Guarda Municipal, no Rio de Janeiro. Foto: Reprodução
No dia 24 de junho, ambulantes enfrentaram a Guarda Municipal e resistiram à absurda operação que queria apreender suas mercadorias. A mando do prefeito Eduardo Paes, os guardas tentaram destruir as barracas e roubar as mercadorias dos trabalhadores. O incidente ocorreu na avenida Brás de Pina, no bairro da Penha, zona norte do Rio.
Vídeos mostram os agentes disparando bombas de gás lacrimogêneo e sprays de pimenta contra os trabalhadores. Para impedir que suas mercadorias fossem levadas, os ambulantes revidaram lançando pedras e outros objetos.
A ação aconteceu como parte do plano da prefeitura de “ordenamento urbano”. Antes do início da operação, a Guarda Municipal anunciou que o Grupamento Tático Móvel iria atuar em missões de tal tipo na Penha e no Centro.
Os agentes chegaram ao local com um caminhão da prefeitura para remover as barracas localizadas em frente ao supermercado Guanabara. Porém se depararam com a justa revolta dos trabalhadores ambulantes.
Retirada de camelôs na Penha gera conflito entre ambulantes e Guarda Municipal.
Crédito: Divulgação#ODia pic.twitter.com/VOadqn5ohv— Jornal O Dia (@jornalodia) June 24, 2021
Eduardo Paes: inimigo dos ambulantes
O atual prefeito da cidade do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, ficou conhecido por usar amplamente a tática denominada “rapa”, para reprimir os camelôs, durante os oito anos (2009 a 2017) em que governou a cidade.
O “rapa”, é o nome dado pela população carioca aos carros da prefeitura que vão até as feiras livres com o objetivo de apreender mercadorias para obrigar os trabalhadores a pagarem altas multas para receberem de volta o material. As operações tem apoio da Guarda Municipal e da Polícia Militar, que agem com truculência agredindo os camelôs e roubando suas mercadorias.
As mercadorias apreendidas pela Guarda Municipal deveriam ser levadas para um dos depósitos da prefeitura, para que, posteriormente, os trabalhadores pudessem reavê-las. Isso, por si só, já constitui um cerceamento criminoso do direito ao trabalho e à sobrevivência dos vendedores ambulantes, sobretudo quando tal fato ocorre em meio à uma pandemia e à grave crise de desemprego que assola todo o povo.
Porém, o que de fato ocorre é que as mercadorias na maioria das vezes são apreendidas ilegalmente pois as apreensões não são feitas na presença de um fiscal e nem tem qualquer notificação legal. As mercadorias (mesmo as apreendidas de maneira “legal”) nem chegam a ir para os referidos depósitos da prefeitura. No trajeto entre o ponto da recolha do material até os galpões de armazenagem, os produtos simplesmente desaparecem, ficando os camelôs com todo o prejuízo.
Com a pandemia, ainda mais do que em qualquer outro momento, os trabalhadores dependem das suas vendas diárias para sobreviver e alimentar suas famílias. E essa parcela da população foi seriamente afetada pelas medidas restritivas adotadas pelos governos municipais e estaduais. É também esse grupo de onde saem as principais vítimas do genocídio planificado do governo de Bolsonaro e seus generais com a negligência planificada.